quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Homens!

Apesar da mídia estar sempre muito mais interessada nas mulheres do que nos homens, seja com seus seriados sobre as belezas cariocas ou sobre afinal o que elas querem, eu acho que homem também é um tipinho bem divertido pra ser analisado. 

Li algumas coisas nos últimos dias sobre os homens e fiquei pensando, pensando...Li, por exemplo, que atualmente se está criando uma geração de homens bananas. Sim, homens medrosos, que têm medo do amor, de se envolver, de cuidar de uma família, de sair da casa dos pais antes dos 30. Concordo. Mas não culpo totalmente os homens por isso. Culpo os pais que tratam seus filhos como bebês eternos, culpo as mulheres porque também não sabem mais se querem se envolver e claro também culpo os homens que acabaram gostando dessa coisa de não ter mais a responsabilidade de serem machões.
Entre tudo isso que citei, o que acho pior é a questão de muitos homens hoje terem medo de assumir uma família. Tenho um punhado de exemplos ao meu redor de famílias que são comandadas e sustentadas por mulheres (detalhe, elas não são separadas nem mães solteiras, são casadíssimas). 

Não to dizendo que família deve cultivar o machismo. Ou que todo mundo tem que querer constituir família. Falo aqui de quem tem medo, mas constrói e acaba jogando a responsabilidade inteira no outro, sem dó. Todo mundo já entendeu que mulher pode tudo, né. Nós, mulheres, vencemos. Afinal provamos que podemos trabalhar em qualquer emprego, cuidar dos filhos, sustentar a casa e de quebra abrir vidro de pepino e trocar lâmpada sozinhas. Sim, nós somos as supermulheres que por décadas defendemos ser. O problema é que isso machucou o orgulho masculino e a vingança de alguns deles tem sido essa: "não quer ser a boa? então aguenta". Sim, já ouvi isso de mulheres que eu conheço, contando sobre a explicação de seus maridos.

Enquanto mulher - e solteira - confesso que quero um homem que resolva a situação quando preciso, que se mostre forte quando preciso, que tenha voz. Se for realmente necessário, nós mulheres fazemos tudo isso. Mas se é pra ter um homem do lado, então é legal que que eles também  façam. Não queremos homens machistas, mas queremos homens machos. Nada de inseguros, medrosos, fujões. Queremos homens!

Até porque, sinceramente, depois que descobrimos que sobrevivemos sem eles, só ficamos com eles se valer a pena de verdade...

domingo, 14 de novembro de 2010

Eu acredito!

Sabe aquela música do Lulu Santos (que adoro) que diz "eu vejo um novo começo de era, de gente fina, elegante e sincera"?
Aposto todas as minhas fichas nela.

Sei que tem gente que me acha pra lá de ingênua. Bom, talvez eu tenha tido sorte até agora, de cruzar quase que só com pessoas bacanas.


Claro que já conheci gente que não era lá muito legal. Algumas até me fizeram mal. Mas acho que em todos os momentos que fui ofendida ou machucada, eu ofendi também. Não sei se primeiro ou se depois. Mas verdade é que todos nós temos em nós o bem e o mal. A busca é por manter sempre o bem acima do mal. Pelo menos é o que tento.

Quando eu digo isso - todos tem em si o bem o e o mal - eu quero dizer que não tem essa história que os mais velhos adoram dizer "o mundo tá perdido", "os jovens não têm mais jeito", essas coisas que ouvi esses dias ainda de uma pessoa. Eu não penso assim. Eu prefiro continuar acreditando nas pessoas. Eu prefiro tentar ver a luz nos olhos de alguém, nem que seja bem difícil. Eu gosto de ver as pessoas por trás da armadura que todo mundo carrega pra viver na correria. Eu gosto de me importar.

Às vezes penso se não vivo em uma bolha. Todo mundo sabe que tem bala perdida, carro sendo incendiado, bebês sendo encontrados na lata do lixo. Mas aí eu penso que até no século V as pessoas já se matavam, e pior, apenas por honra. O que quero dizer é que não acho certa essa história de dizer que é o fim dos tempos. Coisas ruins sempre existiram.

Só que contra os bebês jogados fora, contra o pai de família que morreu de bala perdida, tem gente por aí adotando criança de rua, fazendo trabalho voluntário na África, doando órgãos pra salvar alguém que nem conhece.

Ao invés de ficar falando mal da alienação juvenil, é o bem que eu prefiro exaltar. Uma galera super inteligente, de bem com a vida, saudável, educada, já existe, e vem chegando cada vez mais por aí. Só eu conheço um montão de gente assim. Uma gurizada que tem opinião, que não não tem medo do amor, de falar sobre sexo, que tem vontade de trabalhar, de ser bom no que faz e que de quebra também tá pronto se precisar ajudar.

Que triste deve ser não acreditar nas pessoas. Não acreditar na vida.

Eu vou acreditar sempre!

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Saudade

Fazendo uma coisa idiota no último domingo (assistindo Faustão) eu e minha mãe paramos um pouco pra pensar no que estava passando. A pergunta do programa era: de que ou de quem você sente saudade?
Minha mãe me perguntou do que eu tenho saudade. Parei, pensei, pensei...impossível dizer apenas uma coisa. Sou uma saudosista convicta. Tenho saudade de todas as épocas da minha vida. Minha mãe disse que isso é muito bom, porque só temos saudade das coisas boas da nossa vida. Verdade, né?? Não que minha vida tenha sido sempre um mar de rosas, até longe disso. Mas eu consigo rir do que acontece. Consigo pensar, vai passar. Consigo ser mais forte. Consigo não me abalar. Consigo ver algo de bom. Consigo abstrair.

Eu não sou nenhuma heroína. Sou de carne, osso e saudades! Saudade da escola, dos meus amigos, dos primeiros amores, que mexiam tanto com o coração (muita gente passa a vida tentando sentir de novo aquelas batidas enlouquecidas do coração, só possíveis pq o coração ainda era puro, inocente, verdadeiro e sem pé atrás). A escola não volta, mas os bons amigos tenho contato até hoje graças à santa internet. Tenho muita - e isso é bem curioso - mas muita saudade da TV...dos programas que assistia, dos desenhos. Amo até hoje aquela música da abertura do desenho "Cavalo de fogo" (quem não tem mais de 20 anos acho que não conheceu), tenho saudade dos filmes da sessão da tarde (tenho até uma lista guardada, que fiz junto com meu irmão). Juro que não é besteira, a sessão da tarde era realmente muito legal na minha época. Clássicos como "Curtindo a vida adoidado", "Um dia a casa cai", "Os Goonies", faziam a nossa diversão. Hoje só tem filme de cachorro (no nosso tempo só tinha o "K-9"). Tenho saudade também dos Cavaleiros do Zodíaco, Ducktails (Woo-wooo!). Ah, enfim, dá de verdade pra fazer uma lista de filmes de sessão da tarde e desenhos que trazem a saudade de uma magia, de uma fuga da realidade, ou mesmo de uma realidade tão legal.


Tenho saudade dos tempos aqui de Santa Maria (digo aqui, pq estou aqui nesse exato momento). Os novos amigos, a faculdade e principalmente uma coisa: o sonho. O sonho de ser jornalista sem nem saber ao certo o que isso significa. Sonho realizado, a gente sempre quer mais. Ou descobre que não sabe bem o que quer ainda, o que não encaro como um problema. É problema se te paralisa, mas se te move em diferentes direções, pode contar, sempre vai somar, trazer novas experiêcias, te fazer amadurecer.

Outra coisa que sempre vou ter saudade é das viagens com a família ao som de Creedence. Era a banda que a família toda gostava, então virou a marca dos Borges em suas viagens anuais lá pra vó. Bons tempos. Adorava chegar na vó e comer pão caseiro com mel.

Ah, falei de infância, amores da adolescência, amigos, faculdade, sonhos, família.


Tenho saudade de tudo que foi, que é, talvez até do que será meu.

Poderia ficar dias falando sobre as coisas das quais tenho saudade, uma lembrando a outra, outra lembrando mais umas, em um incessante novelo de acontecimentos, de histórias, sentimentos, de vida.

E você, parou pra pensar do que tem saudade?

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Streets of Philadelphia

Escrevendo sobre teoria e ficção, ao som de Streets of Philadelphia, de Bruce Springsteen, me sinto em outra atmosfera. Me vejo bem, completa e tudo está perfeitamente em paz.

A música pode soar melancólica ou triste, mas é absolutamente suave. Me vejo caminhando pelas ruas da Filadélfia, em um fim de tarde de outono. Nem verão, nem primavera, nem inverno. Outono, quando as folhas amareladas das árvores caem no chão formando um tapete que dança ao som do vento.

Balançam também no movimento de minhas pegadas. Passos não rápidos. Não são passos lentos. Apenas passos não rápidos. Sigo olhando para a ponta de meus sapatos, erguendo meus olhos para a rua e para a luz dourada que delineia as sombras nas janelas dos prédios com pintura antiga.

Não encontro quase ninguém. Crianças ainda brincam em uma quadra de basquete.
Até quando brincarão?

O tempo suspenso, um ar rarefeito, estou ali, mas minha presença não é vista. Sinto a paisagem. Sou parte dela. Ninguém me vê. Gosto que seja assim. Posso observar tudo, sem que meu olhar perturbe o curso dos acasos de uma tarde de outubro.

Sento em um banco de praça. Espero o sol se por. Quando o sol se põe, levanto e volto a andar.
Ando pelas ruas da Filadélfia, de janelas quietas, escutando somente o barulho do vento que carrega folhas sem destino.

Caminhando pelas ruas da Filadélfia, eu sigo.
Caminhando pelas ruas da Filadélfia, eu sigo

Até, que a música termine...

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Confusão

Pessoal!
Olhá só o que aconteceu: recebi uma mensagem por e-mail perguntando que música era aquela da postagem:


"Se algo ruim acontece, o vento vai levar..."


Bom, eu tenho essa poesia, letra, ou sei lá do que pode ser chamada junto das coisas que escrevo há anos e anos e anos...fuçando essas coisas antigas achei esse texto, achei legal e postei aqui. Até onde me consta é meu, já que está escrito à mão e datado. Mas confesso que qdo eu li o texto me soou como uma música conhecida. Se for uma música, por favor alguém me avise, pq como faz tempo que tenho isso, posso estar enganada e realmente ser uma música da época que copiei. Inclusive coloquei frases no google e no site vagalume pra ver se encontrava alguma coisa e nada.


Bom, o que quero deixar claro é que em hipótese alguma vou plagiar alguma coisa aqui dizendo que é minha. Tudo o que está aqui é de minha autoria. Quando não é eu coloco o autor, ou simplesmente digo que não é meu.
Não tenho nenhuma pretensão de copiar coisas legais por aí e sair postando como se fosse meu. O que está aqui, seja bom ou ruim, se é meu eu digo que é meu, se não é eu digo que não é.


Se alguém, por um acaso, descobrir ou souber que o texto é realmente uma música, please, me aviseeee!!! Não quero cometer nenhuma injustiça!!


Mas se for meu, aí é meu e pronto, né, galera!!


Bjos pra quem acompanha o blog!!

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Solidão virtual

Sim. Você também já deve ter sentido. Você está sozinho, em uma noite de sexta-feira, sem grana pra sair, portanto lhe resta conversar com seus milhões de amigos pela internet.
Uma hora no MSN e no Orkut depois, você percebe que está desesperadoramente só.
Pior que isso: Você fica invísivil para que realmente ninguém fale com você. Na real você não quer falar com ninguém.
Engraçado que você entra porque está se sentindo sozinho. Porque está ansioso sem saber dizer o motivo. E ao mesmo tempo não quer falar. Tem dias que o mundo vem falar contigo. Mas hoje não. Parece que teu sentimento de solidão afastou todo mundo.
Ruim é que a ansiedade não passa. Você espera ansiosamente que algo aconteça, de um lado. De outro lado você parece amedrontado, torcendo para que nada aconteça mesmo, assim é só você. Você.

Acho que to ficando maluca. Pensei comigo agora. Tudo isso aí em cima parece não ter pé nem cabeça.

Mesmo assim tenho quase certeza que todo mundo entendeu o que eu quis dizer!

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Vento, tempo e amor

Como adoooro remexer coisas antigas, sempre acabo achando alguns velhos escritos. Aí vai mais um das antigas ( não lembro de estar apaixonada em 2004, mas é meio meloso)


Se algo ruim acontece, o vento vai levar
E não vai demorar pra aprender
Que o vento leva o amanhecer
Só o que me aborrece é saber
Que o vento leva, mas ninguém consegue esquecer


Se você me diz que não quer mais voltar
Fico triste mas tento me curar
Eu não quero mais pensar
Que de pensar eu já cansei
O vento leva o tempo que eu te amei


Tudo passa, nada volta
Tudo vai, nada vem
Só o que revolta é saber
Que não posso ficar longe de você
O vento leva o que o tempo não levou
Eu não quero mais voltar
Mas o amor não acabou
Apenas foi o vento que levou


Se você me diz que não quer mais voltar
Fico triste mas tento me curar
Eu não quero mais pensar
Que de pensar eu já cansei
Só o tempo vai dizer se eu te amei

Se você está feliz, feliz eu estou também
Mesmo que você esteja com alguém
Eu não quero mais pensar
Que de pensar eu já cansei
O vento leva o tempo que eu te amei

O vento leva o que o tempo não levou
Eu não quero mais voltar
Mas o amor não acabou
Apenas foi o tempo que levou...


Escrito em 28.03.04

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Amor IV

De tempos em tempos eu procuro assistir a algum filme meloso de amores (ím)possíveis ou assistir um bom DVD do Roupa Nova que minha tia guarda como relíquia. Faço isso, porque se eu não fizer, passo a realmente acreditar que o amor (aquele que todo mundo sonha em encontrar e não o que você encontrou na última balada) existe.

Eu sou apaixonada pelo amor, acho lindo casais apaixonados que combinam. Sabe aquele casal que é bonito junto? Aquele que você olha e pensa "que amor!". Eu adoro ver casais assim, o mundo parece que fica mais bacana. O engraçado nisso tudo é que não gosto de ninguém e achar graça em algum homem é quase uma missão impossível. Um não tem um beijo que combina, o outro não tem assunto, o outro não está nem aí pra te ligar e você nem aí pra que ele te ligue, o outro se não tiver algum defeito você inventa. Simplesmente você não quer nada com o amor a não ser apreciá-lo nos outros. 

Só que ninguém é completamente feliz sem o amor. Defendo veementemente que nós mulheres não precisamos mais casar, constituir família ou ter um homem do lado pra sermos felizes. Aprendemos a ser feliz com outras coisas. Com o dinheiro, com a liberdade, com os amigos e muitas outras coisas que não podíamos ter em décadas passadas (parece absurdo pra nossa realidade, mas não faz tanto tempo assim que mulheres não podiam nada).
Só que mesmo tendo tudo - e leia tudo como tudo o que você sabe que te faz feliz - não há um mísero mortal que não queira um dia encontrar um amor. Um amor daqueles, de escutar Roupa Nova e Ira na madrugada, de entrar em depressão e ao mesmo tempo pular de felicidade. A gente vive dizendo "amor de filme não existe". Ah, para, existe sim. Claro que entram as variáveis. Talvez você morra de amor por alguém e esse alguém não te ame na mesma intensidade (o que é classico quando se fala de amor). Talvéz alguém te ame e você não ame esse alguém. Talvez os dois se amem, mas não se entendam. 
Tudo isso pode acontecer, mas o amor existe e todos nós precisamos dele.

Enquanto a gente não encontra, coloca um Roupa Nova a todo volume, as 11 da noite.

sábado, 2 de outubro de 2010

Um coração em cada porto...

Sou andante. 
De dois em dois anos não sei se é a vida por si mesma, ou eu que inconscientemente dou um jeitinho de mudar meu porto. Fato é que desde que me formei, não tenho parada por muito tempo. Vivo de andanças, vivo fazendo e desfazendo malas. Cansa, é verdade. Sinto falta de me sentir segura, mas a força do vento sempre sopra mais forte dentro de mim. Corro um sério risco de não ter nada na vida, se a vida for avaliada em grau de  estabilidade e em bens materiais. Às vezes até me bate um desespero: será que sempre vou estar na corda bamba? Geralmente é uma cobrança muito mais externa do que interna. Não que eu não queira ter minhas coisas, aliás já tive tantas vezes, e sei que é muito bom ter dinheiro e conforto.


Mas a verdade é que existe uma outra chama que aquece meu coração. É a chama de conhecer novos lugares, de estar sempre vivendo o novo. Ah, só quem tem alma de viajante e que prova o gosto do vento no rosto, de dormir em um canto do país e acordar no outro extremo sabe o que não tem preço. Nada paga. 


Essa satisfação aumenta demais quando ainda por cima você conhece um monte de gente bacana. Gente que passa meses na sua vida, semanas até, e marcam sua vida pra sempre. Você sempre vai lembrar daquele momento de cumplicidade, de sorrisos, de apoio, de reconhecimento. Há pessoas que sei que não verei nunca mais. Que tiveram seu tempo demarcado na minha vida com começo e fim, e que nem precisariam de nenhum segundo a mais para se tornarem especiais na minha história.


Fora os que vem e vão, ainda há aqueles que há mais de década estão na minha vida. Nos falamos quase totalmente pela internet, demoramos meses para nos encontrarmos. Mas sabemos que nossos corações estão sempre unidos, não é preciso olhar no olho pra saber.


Já deixei meu coração em cada porto e às vezes me despedaço de saudades, porque todas essas pessoas e todos esses portos por onde passei são a minha maior riqueza. Viver, experimentar, viajar, conhecer, desbravar. Recomendo. Você inevitavelmente deixa o coração em cada porto. Mas ganha sempre muitos outros em troca.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

O que é que a gente quer da vida, quando a gente cresce?

Quando a gente é criança percebe alegria em tudo. Lembro-me de quando ia inúmeras vezes no mercadinho da rua de cima, a pedido do pai ou da mãe pra comprar algo que faltava. Eu ia faceira da vida, porque o troco ficava sempre pra mim. O que uma criança pensa em comprar? Às vezes dez centavos era motivo de felicidade. 

Aí o tempo começa a passar e vem a preocupação com a escola (sim essa minha mania vem de longe, onde já se viu uma criança ou adolescente se preocupar com a escola? Escola tem que instigar curiosidade, interesse, não preocupação. Mas eu perdia meu tempo me preocupando) e as questões absurdamente fatais da adolescência. Os sonhos começam a ficar um pouco maiores e, claro, mais caros. Dez centavos já não é dinheiro. Engraçado que nessas duas fases os sonhos parecem sempre estar no futuro. O tempo, por ironia, muda com o tempo. Quando se é criança, aiii, como passa devagar. Os adultos costumam dizer "Nossa, como fulana cresceu!" Cresceu pra onde?? Quando se é criança, crescer é uma eternidade.

Adolescente sonha com namorado, talvez. Coisa que descobre, não é tão simples quanto comprar uma bala com dez centavos. Sonha com a futura profissão, talvez. Coisa que descobre, traz consigo um monte de chatices administrativas que não existiam na sua imaginação. Adolescente sonha mesmo. Lembro que eu passava horas no meu quarto, olhando pro teto e ouvindo música. O que se passava na minha cabeça? Um monte de sonhos.

Só que enquanto a gente sonha o tempo começa a correr e não mais a andar. Quando nos damos conta a infância passou, a adolescência tá quase no fim, e você tá batendo na porta da faculdade. E a faculdade? Ah, grande sonho! Sonho caro. O que um jovem sonha em comprar? Quatro, cinco anos de faculdade parecem uma eternidade, novamente ela. Mas não é. Piscou, passou. Último semestre. Monografia. Estágio. Aí, sim. Você cresceu e começa a sentir na pele o peso verdadeiro das preocupações. Não mais saber resolver um problema de matemática da 5ª série. Agora é tua vida que tá em jogo. O futuro chegou.

Com o diploma na mão o mínimo que seus pais esperam é que você consiga um emprego e se sustente sozinho. Mínimo porque não se engane, no fundo eles querem que você seja o melhor profissional de todos os tempos e, de quebra, o mais bem pago.

Esse é o exato momento em que você começa a enlouquecer. E se eu não conseguir um emprego? E se eu conseguir e odiar? E se eu for uma fracasso? Um profissional medíocre? E se eu quiser jogar tudo pro alto e viajar pelo mundo? E se eu quiser fazer concurso público e morar com meus pais pro resto da vida? E se, e se, e se....a vida tá na tua mão, você escolhe o que fazer com ela. A escolha é toda tua. E as consequências também.

Tudo o que se espera é que diante da imensidão de possibilidades que se formam, você diga, enfim, o que quer da vida. Você acha que já disse quando escolheu o curso da faculdade, mas você tinha 17 anos e uma visão bem mais cor-de-rosa de tudo. Hoje você tem consciência. Consciência de que sonhos, para adultos, custam muito, muito mais caro. Que sucesso na profissão exige tempo, aquele, que passa não mais andando, não mais correndo, agora ele passa voando e te deixa feito bobo porque o dia passou. A semana. Mais um ano. Tudo passou e você cresceu. 

E agora é preciso saber, porque é o que todos esperam e, mais do que todos, você mesmo quer saber:
O que você quer da vida, agora que você cresceu?

*Texto escrito em uma folha de caderno em 22 de agosto de 2007.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Cada tempo

Tenho um prazer secreto em olhar fotos e coisas "antigas". Apesar da nostalgia, da saudade, sempre sinto uma alegria sutil quando recordo o que já passou. Mesmo que alguns momentos tenham sido ruins, percebo sempre que tudo, mesmo aquilo que parecia desesperador, depois de algum tempo, passa a fazer sentido. E o tempo, acho eu, é tão imensamente generoso! Ameniza qualquer dor, qualquer angústia, e se se tratar do contrário -algo bom - guarda com carinho, em uma pontinha do coração, trazendo à tona de tempos em tempos, como forma de boas lembranças.

Pois olhando minha caixa amarela repleta de recordações, entre cartões de ex-namorado, convites de formatura de amigos e fotos de escola, encontro várias cartas. Muita gente que gosta de blog, orkut, skype e MSN pode não saber o que é enviar e melhor que isso, receber uma carta. Tudo bem que a instantaneidade dos dias de hoje fecha direitinho com as novas formas de comunicação, tão rápidas e absurdamente reais. Mas é justamente aí a questão, elas são tão reais que não deixam mais espaço para a imaginação de histórias escritas à mão.

Olha que eu não sou velha. Li e reli cartas escritas por minhas amigas quando fui morar em Santa Maria para fazer faculdade, e isso não faz tanto tempo assim. Aliás uma das características mais bacanas das cartas é o seu período de conservação. Você pode as guardar pro resto da vida e a cada releitura, recordar cada letra, cada palavra, cada situação vivida. Cartas amarelam charmosamente com o tempo. E quanto mais amareladas, mais intensa é a capacidade de resgatar o pequeno mundo de sentimentos guardado em suas linhas. 

Escrever uma carta EXIGE sentimento. Recortar fatos, selecionar assuntos, tudo isso é feito com coração. É claro que se pode falar tudo e muito mais em recados de orkut, ter longas conversas pelo MSN, contar segredos que não devem ser lidos publicamente através dos depoimentos furtivos do orkut. Mas escrever uma carta exige carinho e um pouco mais de trabalho, já que é preciso escrever, escolher envelopes, levar ao correio. E esperar. Nada torna algo tão mais valioso do que o esperar. É o tempo, que mais uma vez dá um sabor a mais às coisas simples. 

E receber uma carta então? Você se sente tão especial, em reflexo ao carinho dedicado por outra pessoa ao escrever a você, que mal consegue abrir o envelope direito, rasga-o. E então, através de letras e frases escritas a quilômetros de distância, seu coração se aproxima de quem realmente gosta de você.

E tudo isso, só sabe, e só sente, quem um dia teve o prazer de receber uma carta. Quem a guarda com amor em uma caixa no armário. E quem de tempos em tempos, a relê e, relendo, consegue reviver o carinho sentido quando a recebeu.

Todo o encantamento das cartas só poderia mesmo não pertencer a este tempo de agora. Tempo de correria, de preocupações e principalmente de tanta falta de sentido desse mundo louco.  Eu costumo dizer que gostaria de viver em outro tempo. Eu prefiro o tempo das cartas, o tempo do encanto, o tempo do sentimento.

Infelizmente vivo no tempo da instantaneidade. Como não há como voltar na história, agradeço por ao menos ter cartas, para recordar os outros tempos.





segunda-feira, 2 de agosto de 2010

AAAAA-gosto!

Alguém colocou no orkut que adora agosto. Sabe que eu também?? Agosto tem gosto de segundo semestre do ano, que lembra que mais da metade do ano já passou, que lembra que logo é final do ano, e final de ano é sempre bom, tem sempre uma energia bacana.

 Agosto tem gosto de fim de inverno, apesar de hoje ter feito 1 ou 2 graus de temperatura pela manhã. Mas a verdade é que metade do inverno já passou e eu simplesmente amo a passagem do inverno- para a primavera- para o verão. Os primeiros "calorzinhos" me dão uma alegria esfuziante...me dá uma disposição, uma vontade de vida, de andar pela rua, largar o peso de casacos de lã. Os primeiros calores me renovam. 

Agosto, pra mim, não é o tal do Mês do desgosto, que os antigos costumavam dizer. Pra mim é o mês do gosto. É o mês que você começa a pensar "nossa já passou metade do ano". E pensar assim geralmente te faz "se mexer". Se você não fez nada até agora percebe que se não fizer logo o ano termina. Ou então você fica dando graças a Deus que está terminando o ano e logo logo vem um ano novinho em folha pra você fazer tudo o que não fez em 2010. Bom, e se você fez várias coisas, ótimo, você se sente satisfeito. 

Agosto pra mim, tem gosto de festa. Sinto vontade de sair da toca, bem como se fosse um urso polar mesmo, que ficou hibernando por um bom tempo. Agosto tem gosto de novos ares. E agosto tem cor de fumaça. Lembro que quando pequena - ou melhor, criança - agosto era o mês que as pessoas queimavam sei lá o que. O que sei é que o agosto ficava com cor acizentada. Mas apesar de o cinza ser uma cor fria, ele vem da fumaça, que vem do fogo, que lembra calor. 


Mês de agosto tem gosto de calor. Calor de novidade, calor de amizade, calor de cidade, de movimento. Tá aí. Agosto, pra mim, tem gosto de liberdade. E liberdade é meu motor.



domingo, 25 de julho de 2010

Minhas tão minhas instabilidades

Ando com o coração na mão. Aparento ser uma pessoa calma e doce. Mas quem realmente convive comigo ou me conhece bem, sabe: sou instável. Instável nos sentimentos, nas vontades, nos sonhos e nas certezas. Ontem acordei muito triste. Algumas desconfianças andam me tirando o sono. E quanta preocupação com meu futuro, porque impaciência é meu pior defeito. Não aceito esperar. Se quero, quero agora. E justo aí aparece minha maior inconstância. Sou rápida no querer, mas por ser indecisa, não sigo a mesma velocidade no agir.

Tudo me tira o sono. Sou preocupada. E quando tudo parece triste demais, desesperador demais, é engraçado, porque aí eu olho pro lado, para trás ou sei lá para onde e algo me diz: Não importa o que aconteça, você é feliz. E aí olho para mim mesma, suspiro, e penso, "é, eu sei, eu sempre consigo manter minha felicidade e minha gratidão, mesmo que tudo pareça perdido".


E é aí que não entendo pessoas que não conseguem ver alegria em nada. Não é possível que haja uma vida tão sem cor. O mundo lá fora é o mesmo pra todos. O que é diferente é o mundo dentro de cada um. Mesmo nas piores misérias, é possível encontrar a beleza, a vida pulsando, o calor de um olhar. Não, definitivamente, não consigo me manter triste por muitas horas. Uma imagem me encanta, a lembrança de um amigo me faz rir, de um amor me aqueçe o coração, de minha família, me apóia e não me deixa cair.
Acima de tudo, penso, Quem criou isso tudo, não criou tantos ínfimos detalhes à toa. 
E então, sim, tudo realmente faz sentido.

Poesias de adolescência...

Aí vai mais uma poesia que escrevi quando tinha 18 anos (parece que foi ontem, e pensar em tudo o que já aconteceu na minha vida em 8 anos é impressionante!)

Ah, reparei uma coisa, lendo algumas de minhas poesias...nossa, como muitas delas são tristes! Estranho, porque sempre fui feliz!

"O que trago nestes olhos de outono
É o canto do sono
Que a muito me atinge 
Sinto as folhas mortas
Que balançam meus pensamentos
E me levam para outros tempos
Quando bons momentos... Vivi

Faço de mim agora 
Um instrumento de vaga voz
Um tormento não mais veloz
Um vento sereno
Que traz apenas o aceno
E a minha despedida da vida"

Samantha Borges - 15/04/2002

terça-feira, 6 de julho de 2010

A síndrome do "já vai fazer um ano!"

Tava aqui a toa na frente do computador...aí comecei a ler alguns textos na minha agenda, coisas que parece que foi ontem que aconteceram e olhando a data me dei conta de que já vai fazer um ano! Olhando fotos de uma amiga também acabei lembrando de algumas coisas, como o dia do aniversário dela, e me dei conta que daqui a pouco já vai fazer um ano!


Era logo ali que eu tava na casa dos meus pais, que eu tava atracada estudando pra um concurso, que eu tava morando em Ijuí, que eu assistia mil filmes com a mãe no final de semana, que ia na Estação da Mata fazer festa com meu irmão e minha cunhada, que eu levantava no meu quarto de Ijuí, tantas coisas, outra rotina...


O mais engraçado é pensar que no ano passado, quando eu vivia essa realidade eu pensava que já ia fazer um ano que eu morava no Mato Grosso, que eu namorava o Daniel, que eu tinha outra casa, outro emprego, outros colegas de trabalho, outra rotina.


E se voltar ainda um ano atrás desse eu ia estar pensando que já ia fazer um ano que eu estava me formando na faculdade, já ia fazer um ano que estava há um ano com o Daniel, que morava em Santa Maria, em outro apartamento, convivia com meus amigos de lá, trabalhava no Jornal A Razão...


Quando penso na velocidade com que os acontecimentos da minha vida já vão fazer um ano, confesso, fico meio assustada. E principalmente porque percebo minha ruim ou boa, vai saber, tendência a mudar sem pensar muito. Eu fui de Ijuí a Santa Maria, ao Mato Grosso, a Ijuí de volta e a Fred West no espaço de míseros 6 anos.


Ai, 6 anos me faz lembrar a minha idade...heheh...e aí endoideço mesmo!


Será que a falta que sinto de alguma coisa seria a falta de segurança? Sabe, a certeza de pensar, "bom é nesta cidade que vou morar, que vou ficar por um bom tempo e fazer minha vida!". Talvez seja isso. Talvez essa transitoriedade - ou fuga, vai saber - da minha realidade me traga essa sensação de "ainda não estou no meu lugar". Eu sinto vontade de parar. Mas quando surge algo novo é tão difícil resistir...


Bom...várias coisas já vão fazer um ano, e o certo é o que já vai fazer um ano, logo, logo vai fazer dois. Então, gosto de usar um frase, uma das frases mais bacanas que já li e encontrei em um livro bem adolescentesinho e que, por sinal, já deve tá fazendo um ano que li: "Respirei fundo e corri para o mundo. Porque a vida não espera por ninguém."


Então, vamos lá. 

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Com o tempo eu também aprendo...

Eu sei que tem uma crônica muito famosa que começa com a frase "um dia você aprende". É super bonita. Mas aqui quero falar sobre algumas coisas que eu aprendo e que me surpreendem...eu sei que para os outros parece uma idiotice sem tamanho, mas para mim fiz uma grande, uma enorme descoberta há alguns dias atrás.


Desde muito tempo eu tenho pra mim que gosto muito de levantar cedo. Quando morava em casa, adorava levantar tipo 7 horas da manhã (não sou tão velha a ponto de considerar 5 horas cedo, ainda estou na fase que cedo é 7), sem precisar mesmo, assistir o jornal na Globo, tomar um bom café, bem descansada, já que por 2 anos do ensino médio estudei a tarde. Quando fui pra faculdade o gosto continuou. Eu simplesmente amava levantar cedo, especialmente nos domingos. Ver o sol começando a aquecer a cidade, abrir a janela do quarto, aquela sensação gostosa de olhar pra fora e em meio a uma cidade de 300 mil habitantes ter contato com um pouco de silêncio, ouvir alguns passarinhos perdidos entre os prédios que rodeavam o meu. Eu me encantava com a sensação de um dia novinho começando, acordar tarde era como estar perdendo alguma coisa. Nem sei ao certo de onde herdei isso, já que minha mãe sonha com final de semana pra dormir até meio dia. 


Verdade é que acordar cedo me fazia muito feliz. Depois de um tempo, quando comecei a namorar comecei a acordar um pouco mais tarde. Mas sempre defendi com unhas e dentes o fato de amar acordar cedo. O namoro terminou e eu continuei querendo acordar mais tarde, mas insistindo que meu ideal é levantar cedo, defendendo minha posição de gostar de levantar cedo. Antes de terminar o namoro, quando defendia minha opinião esse ex-namorado sempre contestava. E eu ficava muito brava, onde já se viu alguém contestar que eu gosto de levantar cedo?? eu que sempre amei levantar cedo!!


Atualmente eu trabalho a partir das 8 da manhã. Levanto 6h50 porque caminho quase meia hora pra chegar no trabalho. A idéia de acordar 6h50 da manhã andava me deixando fula da vida e eu não conseguia entender como, se eu gosto tanto de levantar cedo. Até que plim! caiu a ficha! Eu não gosto mais de levantar cedo!!!!! Descobrir isso foi assombroso. Foi contra todo o meu princípio defendido por anos...uma característica que era minha, tão minha! 


Talvez não seja o fato de levantar cedo, mas sim a obrigação de levantar cedo que me incomode. Realmente faria sentido, porque não existe o que eu odeie mais nessa vida do que não ter liberdade, então se levantar cedo é obrigação pela lógica eu não posso gostar. TER que levantar cedo talvez seja a minha irritação.


Comecei a pensar em tudo, desde então. Em como eu era feliz em acordar cedinho, ir na academia, tomar um iogurte saudável, aí já lembrei que não como mais frutas, emendei que não tenho mais horários, resumindo cheguei a conclusão de que minha vida tá um caos. Não que eu esteja infeliz, mas seguido tenho a sensação de que não estou vivendo como gosto. Parece que não tenho mais aquela disposição, organização então, foi pro espaço. E a sensação de estar vivendo bem também anda passando longe dos meus dias. 


Aí bateu uma baita vontade de mudar. Claro que tem preguiça, tem desânimo, tem falta de grana, preocupação, tem tudo pra atrapalhar. 
Mas enquanto eu não tentar, vou continuar com essa sensação de estar simplesmente vivendo de acordo com o que acontece nos meus dias e não de acordo com o que quero que aconteça.

domingo, 30 de maio de 2010

Instabilidade geminiana

Não que eu realmente acredite que o que diz no meu horóscopo diário, mensal, anual, vá de fato acontecer, mas reconheço que gosto de ler previsões todos os dias. Sei lá se tem algo a ver com a vida real, se realmente a posição do sol influencia minha vida mais do que minhas atitudes, mas mesmo assim, eu gosto. Talvez seja uma confortável e divertida bengala para enfrentar o dia.Meu signo, por exemplo, é a minha cara: instável como um dia de chuva, em um segundo lépido como um passarinho, no outro parado como um bicho-preguiça. Claro que ao menor sinal de uma folha se mover o bicho-preguiça já pode dar lugar a qualquer bicho mais ágil. Mas a questão é essa: mudo de humor, de disposição, na velocidade do vento. 

E pra variar, continuo com a sensação de que a minha vida ainda não é o que eu realmente quero. Nesse momento penso, o que mais eu posso querer? Tenho um emprego bacana, tenho uma família querida, amigos idem, saúde, juventude, me sinto feliz, de verdade, feliz mesmo, e ainda tenho muitas perspectivas, planos de estudos, de viagens, sinto que tenho uma vida toda cheia de coisas bacanas pela frente (com obstáculos também lógico, mas nada paralisante). O que afinal falta então? Por que às vezes sinto que queria outra vida? Adoro meus dias, mas porque em alguns momentos parece que tudo o que passou era mais legal?

E assim passo meus dias...instavelmente, geminianamente feliz, confusa, leve, pesada, com vontade ou preguiça, seja lá o que for, mas sempre, sempre, em busca de explicações!

segunda-feira, 3 de maio de 2010

É agora

Não sei se é o mundo ou se sou eu. Pensei nisso nesse exato momento, enquanto, sentada na frente do computador, por milésimos de segundos olho para o lado e vejo o mundo lá fora. Prédios, barulho de construção, carros que sobem e descem a rua. Todo mundo tocando sua vida, trabalhando, correndo, lutando. Eu também sigo minha vida, seja lá em que ritmo, nem eu mesma sei mais. 


...


Desculpa, não deu pra segurar. As lágrimas caem. Porque no fundo eu sempre soube o que fazer. Todo mundo nasce sabendo qual é o seu dom. A vida sempre nos mostra em pequenos retalhos de intuição. O problema não é o que, mas o como. Como fazer o que eu sei que devo? Por onde começar, qual é o primeiro passo?


Algumas pessoas demoram a encontrar. Eu, em muitos momentos da minha vida, me senti no caminho. Só que nunca o caminho me pareceu certo por mais do que três anos. E agora, com 25 anos, tudo bate a porta, intensamente. Tudo agora é profundamente necessário. Nada mais é tão leve, nada pode ficar pra depois. A vida cobra, o mundo cobra, as pessoas cobram. Essencialmente, eu me cobro. 


Estou aqui.
Entre o ínfimo momento do impulso para agir e da dúvida que paralisa.
Se vou agir ou ficar parada, não importa. O que não vou, espero, é continuar no mesmo lugar. 

quarta-feira, 17 de março de 2010

Mais uma de amor...

Afinal, que teoria, que fórmula, que norte usamos para o amor? Quando nos decepcionamos demais com alguém juramos que sermos diferentes. Nunca mais seremos tão ingênuas, já que agora somos maduras o suficiente para saber o que queremos, o que aceitamos e, principalmente, o que NÃO queremos e o que NÃO aceitamos. Agora, falamos aos quatro ventos, aos amigos, à família, a quem mais interessar. EU TENHO UM PÉ ATRÁS. Ah, não! - nós dizemos - agora eu não vou confiar de cara. aliás, seguro morreu de velho, eu vou é sempre desconfiar. Talvez até mesmo nem me apaixone mais...ninguém tem graça mesmo, eu já vivi momentos apaixonados e eles se foram, porque eu deveria acreditar que desta vez será para sempre? E se eu quebrar a cara de novo? Quem conserta os pedaços depois? 

Pra não ter dúvidas, o melhor é evitar. Fechar o coração, é isso! Essa é a fórmula! Se eu não me apaixonar, também não me decepciono nunca mais. Pronto.

                                        ...

Ok..Mas e aí? O que eu faço com estes longos dias só comigo mesma, o que faço com a falta de carinho, com a falta de falta de respiração? O que faço com este espaço vazio no peito, com a falta de olho no olho, de um beijo, de um aceno? O que faço com as horas que passo tentando entender porque não me sinto em paz em lugar algum, com minha cabeça que se enche de pensamentos, com meu corpo que procura algo que  não sabe achar? Por que nunca é ainda AQUELE lugar, AQUELE pensamento, AQUELA sensação que queremos? O que faço com essa inquietude, falta de sossêgo, o que faço com a sensação de que algo está sempre a faltar?

                                      ...

Podemos escolher fugir de alguém. Podemos escolher não viver um amor. Mas sentimento não se escolhe, não se nega ou aceita. Sentimento é, infelizmente ou felizmente - vai saber, absolutamente incontrolável. Você olha pra alguém que nunca viu e sente um aperto no peito. Você pode escolher desviar dessa pessoa na rua, mas o que você sentiu vai continuar ali pelo tempo que bem entender. O sentimento é assim, teimoso, cheio de vontades. E o maior de todos os sentimentos é o amor. Você pode escolher fugir, sim, pode. Mas sentí-lo é inevitável. Então não importa se você vai passar dias ou anos dizendo pra si, ou repetindo para os outros, que tem um pé atrás com o amor, que agora sabe a fórmula miraculosa. Não importa porque essa fórmula só o próprio amor conhece e ela só se manifesta quando quer e que, via de regra, é no exato momento em que você está totalmente despreparado, sem elementos químicos e tubos de ensaio por perto.

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Um presente...

Não adianta. Ontem se confirmou para mim: as últimas comédias românticas de Hollywood estão todinhas uma porcaria. Para onde foram os filmes que me matavam de rir? Ou me emocionavam? Eu sei que muita gente não gosta do gênero por achar que a história é sempre a mesma, mas via de regra as comédias românticas sempre eram bacanas de assitir. Mas, o comentado "500 dias com ela" que vi ontem, foi a gota d'água. Sinceramente, chato! Sorte que histórias sempre têm um final, que geralmente, por pior que seja o filme, são legais. É, o final até que era legalsinho. Mas o filme em si, pra mim, é uma monotonia só.


Mas, como o cinema nos guarda grandes surpresas, eis que eu assisti ontem ao filme que considero o melhor filme da minha vida. Nada de superprodução, ou de histórias alternativas. Nem lançamento nas locadoras ele não é. Eu assisto a muitos filmes. Muitos mesmo, média de 4 ou 5 por final de semana, acho que já comentei aqui. Mesmo com esse histórico, até hoje, nenhum filme havia me tocado tanto quanto "O presente". Aliás, nenhum havia me dito tanto. Exatamente o que eu precisava ouvir. 

A história de Jason, um jovem milionário e rebelde com uma vida sem sentido começa realmente quando o avô pelo qual ele sempre guardou a maior mágoa da sua vida, falece. Cogitado como grande herdeiro da fortuna bilionária, antes de colocar as mãos no dinheiro, Jason precisa aprender os valores que realmente podem torná-lo um grande homem. Alguém capaz de mudar não só a sua própria história, mas também a vida de muitas pessoas que talvez ele nem conheça. Os 12 valores, denominados 12 "presentes" no fundo são aqueles que todo mundo está careca de saber. Mas que poucos conseguem dar o verdadeiro sentido.


Claro que para alguns pode parecer um simples filminho dramático, com mais uma lição de vida. Mas pra mim, é realmente a história que há muito tempo eu procurava.

sábado, 27 de fevereiro de 2010

O que eles querem?

Ontem fui dar a minha caminhada solitária que adoro - e que deveria ser diária, frequência que não vem acontecendo - e, na volta pra casa já, encontro uma amiga minha, muito querida, mas com a qual não tenho o contato que gostaria. Até, parece que a forma mais fácil de nos encontrarmos tem sido a caminhada, já que há alguns meses atrás também a encontrei da mesma forma.

Só que ontem ela não estava bem. Eu vi isso logo que dei um oi todo animado, esperando recebê-lo de volta. Ela me abraçou e logo disse que não estava bem. Ela não estava caminhando, na verdade, mas sim indo atrás do "namorido" - essa estranha espécie que se recriou de maneira incontrolável de uns tempos pra cá -. O tal do namorido não tinha atendido o telefone por diversas vezes, disse que ia em um lugar e estava em outro, e a minha amiga, coitada, já estava aos prantos na minha frente, mostrando visivelmente que o problema era bem mais sério do que parecia, era uma crise do casal, ela não aguentava mais.

Uma pergunta, porém, que ela repetiu insistentemente enquanto conversávamos foi "O que eles querem?". E completava "a gente trata bem, a gente é de boa família, a gente é bonita, estuda, trabalha, é leal, fiel, afinal, o que eles querem?". Eu tentei dar os melhores conselhos, incluindo convencê-la a não ir atrás dele, porque poderia ser pior, ele poderia estar com amigos, ela iria armar um barraco, se expôr sem necessidade, passar por louca pra todo mundo, ainda. Ele, se estava errado, certamente sairia por cima na situação, porque ela seria a ciumenta, a louca, que ficou imaginando coisas. O tipo de atitude que eu não teria.

Bom, tirando os detalhes da história e todos os conselhos que tentei dar, a verdade é que para a pergunta que ela mais queria resposta, eu não tinha solução. Eu não sei o que um homem quer. Tá cheio de mulher bacana, companheira, bonita, inteligente, que não é ciumenta, mulheres pra cima, sem frescuras, gente boa, mesmo, sabe, sendo enganadas por homens por aí. E todas, aposto que em algum momento se perguntaram "o que eles querem?", ou melhor seria dizer "o que MAIS eles querem?"

Bom, pra finalizar ela afirmou categoricamente "Não existe homem que preste neste mundo! Não tem, são todos canalhas!"

Eu sei, essa frase é célebre, afinal que mulher já não pensou assim na vida? Que mulher já não sofreu por ser enganada (ou ter se deixado enganar, o que acredito, torna a dor bem pior, levando a também célebre "se arrepnedimento matasse")? Sim, todas já passamos por isso. Mas, mesmo que eu também já tenha passado por isso, bom, não sei se é ingenuidade minha, mas eu acredito que existem sim, homens bacanas. Não perfeitos, não do jeito que sonhamos, mas que ao menos nos respeitem, nos tratem com carinho e se preocupem em nos fazer bem. Eu disse isso a ela. E torço, pra que minha teoria esteja certa.

Mas, a pergunta aquela, "o que eles querem", continua sem resposta pra mim. E pra um montão de mulheres.
Não que isso seja uma fórmula com resposta fechada, o problema é que depois de qubrarmos a cara com algum homem, exigimos ao menos uma boa explicação - coisa de mulher.
Sobre esse assunto, encontrei um texto bem bacana na internet e, o que é melhor, escrito por um homem! É até meio poético e romântico demais para um homem, aposto que o cara estava apaixonado quando escreveu e, tenho o palpite de que a nossa pergunta deve ter resposta na frieza de um homem que não está a fim de ninguém e não no calor de um que está amando. Me parece mais lógico. Mas, aí vai: 


Eu, de qualquer maneira, vou continuar na busca pela resposta.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Mas afinal, pq eu acordei assim??

Eu tava pensando sobre a postagem ali de baixo. E to dizendo para os meus pensamentos, será que isso vai durar só um dia??? Não digo a vontade de ajudar, pois como falei ali no post faz tempo que essa idéia me ronda. Eu falo da disposição para colocar em prática...

Será mesmo que é a revolta o alimento da minha motivação? Será que é preciso acontecer algo que nos desagrade, que mexa com nosso estômago, nosso coração e nossos ideiais para nos sentirmos corajosos o suficiente pra levantar o traseiro da frente do computador ou da TV e sair pra rua fazer algo de útil não só para a nossa existência egoísta, mas também para qualquer um que cruzar o nosso caminho, seja ele branco, preto amarelo, gordo, magro, bonito ou feio?

Não basta ser bom, tem que fazer a diferença...

Não, o título não tem nada a ver com algum pacote motivacional para profissionais altamente capacitados. O bom ali do título significa mesmo "aquele que tem bondade". Eu acordei hoje com meu espírito Revolucionário Ultra Jovem cheio de gás. Tenho visto muita injutiça acontecendo nos últimos dias e to chegando à conclusão que não basta ser bonzinho. Temos que ter atitudes, ter voz, ter ações que surtam algum efeito sobre essas injustiças.

Tá é claro que eu não vou virar nenhuma justiceira, isso só acontece nas novelas e nos filmes. Mas sinceramente, há muito tempo eu sinto em mim uma vontade grande de ajudar, de fazer alguma coisa pelas pessoas. Não quero mais simplesmente ser tolerante. Até pq só tenho oportunidade de ser tolerante com quem não merece...Quero me posicionar, quero ter opiniões formadas, quero saber mais sobre coisas que todo mundo corre longe. Coisas que todo mundo odeia tentar aprender e entender, mas adora criticar, como política, por exemplo.

Eu sei que é fácil, fácil acabar caindo no idealismo vazio. Aquela coisa toda de ser uma pessoa bacana, mas acabar achanado que fazer a sua parte é o suficiente. Eu acho que fazer a minha parte é importante. Mas tá longe de ser suficiente. 

O mundo não teve mudanças sociais de verdade com bonsinhos que simplesmente fizeram a sua parte, hã, hã! O mundo teve mudanças quando uma pessoa, além de ser boa, também teve coragem de agir e enfrentar quem está no poder. E quando falo em poder, não to falando só de políticos ou donos de grandes empresas. Não, to falando de qualquer situação em que convivam duas pessoas ou mais. Isso é o bastante pra exisitir uma relação de poder.

Eu vou começar um trabalho voluntário. Ainda não sei qual, nem o que exatamente vou fazer. Mas eu sinto, preciso gastar um pouco da minha energia em prol de outras pessoas. E não quero fazer o papel de boasinha com isso. Só quero fazer a diferença em alguma coisa. Simplesmente me preocupar com a minha vida e com a minha família, não é mais suficiente. Não pra mim. A vida até pode não ser só uma, mas eu não vou esperar a próxima pra mudar alguma coisa que eu ache injusta.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Mudanças à vista

E lá estava eu, parada. Ao meu lado, o Medo me fazia companhia. Me cuidava, me cuidava. Me cuidava pq sabia. No fundo minha grande paixão logo, logo, passaria. Era a Mudança, que de tempos em tempos, em minha vida surgia. Vinha, e mudava tudo como uma ventania. Dessas que só a verdadeira paixão fazia.


Eu, apaixonada, não resistia...

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Um pouco dos velhos tempos

Abaixo uma de muitas poesias que brincava de escrever quando era adolescente:

"Bastou você entrar em minha vida
Para tudo ficar tão diferente
Os dias vão e vem como melodia
E esperar por você é saber que ainda vivo

Olho para as coisas como se fossem amigas
E me dissessem: - agora não existe mais sofrer
Pois já tenho sentido para minha vida
E minha lágrima é para te ter

Se não te vejo, se não te encontro
Como fica pequeno meu coração
Para tanta dor nele caber
Por que respiro teu cheiro, consumo tua pele
Me perco em teus olhos e me ajusto em teus braços
Em tua boca está todo o meu querer

Por isso não suma, não morra
Não consuma, o tempo, a perder
Que por nós na velocidade de uma criança a correr
Me tenha em tua alma
Me busca, me acalma
Por que só em ti, tenho vida a merecer."
(Escrita em 12/08/04)

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Filmes, música e um domingo em paz

Já escrevi sobre alguns filmes aqui e nesse final de semana tive o prazer de cometer uma feliz coicidência, locar dois filmes que tinham como tema de fundo a pintura.


Eu não entendo bulhufas de pintura, mas a arte não foi feita apenas para aqueles que a entendem, penso eu. Penso assim, porque pra mim arte combina muito mais com o verbo sentir do que com o verbo entender. Tudo bem que eu não sei distinguir entre uma escola de pintura e outra, tampouco falar sobre os tons exatos usados em uma tela, mas eu - e qualquer outro ser humano da face da terra - consigo saber qual quadro me faz sentir paz, alegria, força ou mistério.


Além de falar um pouquinho de pintura - pouco, por isso disse ser um tema de fundo - os dois filmes também tratam com delicadeza sobre a amizade. Em "A luz da cidade" (cuidado, não é "Luzes da cidade" de Charles Chaplin) a amizade baseada no profundo respeito e admiração de um jovem aspirante a pintor por um vizinho, um renomado artista, no fim de sua vida, é cativante. O filme às vezes chega a ser simplório, mas o final é emocionante e mágico. Além disso a história é real e eu adoro filmes baseados em histórias reais.


O segundo filme "Conversas com meu jardineiro" traz a amizade entre dois homens de meia idade, um pintor famoso em crise e um simples ferroviário aposentado que nunca saiu muito de sua cidade natal e passa seus dias praticando sua grande paixão, a jardinagem. Duas realidades opostas que mostram que muitas vezes a simplicidade na forma de ver a vida está muito mais próxima da sabedoria do que imaginamos. Ah! e ainda vale a pena por ouvir um pouquinho de francês, já que o filme não tem dublagem.


Eu amo assistir filmes e geralmente os escolho de acordo com meu estado de espírito do momento. Esses dois filmes vieram exatamente ao encontro do que eu queria em um domingo meio nublado: ver histórias simples, com um olhar doce sobre a vida.


Ambos os filmes não tem nenhuma pretensão de provocar emoções arrebatadoras, fascinantes ou seja lá o que for, como um Avatar, por exemplo (que também assisti nessa semana). Eles tocam em frações de dia-a-dia, em sentimentos corriqueiros, em situações tão comuns que geralmente não nos causam, também na vida real, as tais emoções arrebatadoras. Mas são essas sensações "bobinhas" de todo mundo, que representam os retalhos dos grandes acontecimentos das nossas vidas como as grandes decisões e as mudanças mais importantes.


Também preciso comentar aqui sobre uma música que vale a pena ouvir. É que como sou da opinião de que hoje em dia tudo é tão banal, passageiro e superficial, quando ouço uma música, ou assisto a um filme, ou leio um livro que me tocam de verdade, preciso passar a dica adiante, ainda mais que foi uma sugestão de um amigo especial que disse lembrar de mim quando a ouve, uma honra!


A música que eu nunca tinha ouvido - o que me chamou a atenção já que adoro Paralamas do Sucesso - é "Amor em vão' e não há outra palavra que defina melhor a não ser LINDA. É de ouvir com o coração:


http://www.youtube.com/watch?v=HfunjjiC9oQ 

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Traição

Tive uns dias cinzas ultimamente. Pessoas que me conhecem bem me olharam e perguntaram "cadê a samantha?"

Tudo isso pq eu tenho a qualidade de não me abalar facilmente. Quando acontece, se vê de longe. E sinceramente, uma das qualidades mais bacanas que as pessoas podem ter é a transparência. É não ter medo de mostrar o que sentem. É ter coragem de ser o que é. O que me abalou tem a ver com isso. O que me abalou foi ter acreditado na sinceridade e na verdade de uma pessoa.

É claro que sempre fui meio ingênua, ainda mais nos assuntos do coração. Me atrapalho toda com histórias de amor, sentimentos, enfim. Mas uma vez na vida eu me permiti apostar. Sei que não sou a única a acreditar em um homem e quebrar a cara.

Mas traição, sinceramente, por essa eu não esperava. E a pior traição, posso garantir, não é simplesmente o cara ter ficado com outra. Dessa traição nem tenho 100% de certeza, apenas 99,9%. Como não quero ser injusta, se não tenho 100% de certeza não acuso. Mas o que eu sei é que a traição da lealdade, da confiança, a traição do pacto de guardar o que existia de bom, essas traições são imperdoáveis.

Essas, eu não aceito. Essas, me fazem apagar qualquer vestígio de quem as cometeu, da minha vida, sem remorso. Sem culpa.

Pressa na vida adianta?

E 2010 começou!!! Em janeiro fiz viagens maravilhosas....não entendo como pode existir pessoas que não curtem viajar! Conhecer lugares, pessoas, entrar em contato com a natureza e, principalmente o que mais me fascina, esquecer da realidade diária, da rotina, dos problemas e, no meu caso, da eterna luta para descobrir um porto para soltar minha âncora.

Esses dias li uma entrevista com a Elke Maravilha. Quem conhece a figura - os mais jovensinhos talvez não - já pode imaginar de antemão que a entrevista é bacana, afinal, pessoas interessantes geralmente tornam qualquer conversa simples em algo interessante. A frase que mais me chamou a atenção, pq lógico , me identifiquei de cara, foi a que ela disse que não tem porto, que a vida dela não usa âncoras. Será que eu também vou continuar assim? Será por isso que não me sinto bem em um lugar só?

É bom saber que mais pessoas tem essa vontade de simplesmente andar na vida, essa vontade de nunca parar.

A única desvantagem é que costumamos cansar às vezes, e aí é difícil encontrar um lugar, uma casa onde a gente sinta paz.