quinta-feira, 23 de junho de 2016

Dia do amor

Mais do que dia dos namorados, vou considerar hoje um dia pra celebrar o amor. Porque não, não é porque eu não tenho um namorado no momento que estou sem amor. Por isso, vou me declarar a quem eu amo. Mãe, pai, irmãos, cunhada-irmã, tias, tios, primos, primas, (e nem preciso dizer que se estende aos amigos-irmãos que a vida me presenteou) todos vcs que fazem parte da minha grande família, vcs me ensinam, dia após dia, mesmo que um oceano de distância nos separe às vezes, que amor é sim, pra sempre. Amor é certeza. São vcs que conhecem não só o meu lado doce e de geminiana superlegal e agradavel. Minha mãe, por exemplo, e quem mais conhece minha veia aquariana: do contra e contestadora. Outros conhecem meu ascendente em capricórnio, capaz de ser frio como uma pedra de gelo e dizer na cara o que vc não quer ouvir. São vcs que me conhecem nessa mistura de alegria e ansiedade, de vou sem medo e insegurança, de to feliz, to insuportável. E eu conheço as chatices de vcs também. E o bonito disso é que a gente se ama em todas as nossas versões. Então, eu tava pensando que Amor talvez seja muito sobre isso: não abandonar o outro quando ele não está em sua melhor versão. Não abandonar o outro quando vc mesmo não está em sua melhor versão, porque se tem amor, ele vai entender. Estar ao lado, independentemente do sol ou da chuva que faz lá fora. Ou aqui dentro.  Ou aí dentro de vc. 
Amor é aceitação.
E se um dia eu encontrar quem eu ame e que me ame de volta assim, ahhhh, um feliz dia dos namorados pra mim!!

segunda-feira, 18 de abril de 2016

A primeira vez que eu disse eu te amo




Lembro da gente dormindo abraçado. Seria só mais uma noite dormindo abraçado. Não fosse o fato de você me abraçar mais forte naquela noite, como se fosse se despedir e quisesse me guardar dentro de você.
No meio da noite tive que pedir pra você tirar o braço de cima de mim, porque estava apertando meu coração.
Eu acordei com tanta preguiça. Não dormia, mas não queria sair da cama.
Você deitou ao meu lado de novo e de novo me abraçou como se fosse acontecer algo ruim e você quisesse me guardar dentro de você.
Quando enfim levantei, me vesti, calcei as botas, tudo é tão claro nas minhas lembranças como se tivesse acontecido ontem.
Mais uma vez você me abraçou. E ficamos ali. Abraçados. Silêncio. Tempo parado. Meu coração em uma mistura de quero ficar nesse abraço e a cabeça sem pensar em nada.
De repente, a frase se formou sem aviso. O coração desapertou.
Eu te amo. 
Em talvez menos de um segundo em que não pensei em nada, a frase veio, a frase veio quando não pensei em nada. E ela veio rápida, ela veio correndo, veio como um sopro ligeiro e certeiro. Veio de uma só vez, carregada de uma sinceridade que me desesperou.
Porque eu não sabia que o amor vinha assim.
Não programado, não medido, não passo a passo. Não pensado. Não antes de 6 meses de namoro. Não antes de saber que é sério.
Bom, às vezes ele simplesmente vem.
Meu susto foi tão grande que minha ação foi por instinto:
A primeira vez que eu disse eu te amo, eu não disse.
A frase ecoou em alto e bom som na minha cabeça, mas não saíram pela minha boca.
Peguei minha bolsa e enquanto você me levava até a porta do prédio eu pensava completamente apavorada no que aconteceria se eu não tivesse conseguido segurar letra por letra daquela frase, se eu não tivesse conseguido impedir que elas saíssem de mim. Respirava aliviada por não ter dito. Tensa por ter ouvido. Confusa por ter certeza.
Eu disse que te esperaria pro jogo no outro dia. Você me olhou triste.
Eu sabia que você não iria. Desci pegar o metrô.
No domingo assisti ao jogo sozinha.
Mas não foi nossa última vez.
Numa manhã nublada de março eu acordei pensando nisso.
A primeira vez que eu disse eu te amo,
eu não te disse...