quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Sei lá.

Eu sempre penso que preciso escrever mais, pra tirar esse sufoco por falar através das letras que quem gosta de escrever sente, mas terminando um mestrado e estudando pra uma seleção de doutorado a coisa ficou meio apertada esse ano! Quase não escrevi! Vasculhando arquivos, encontrei esse texto, de dezembro de 2011...quase uma ano atrás...não achei nas minhas postagens, então aí vai:


"Ela tem esse eterno jeito “sei lá”. Não arrebata corações, tem vocação zero pra sedução, mesmo usando salto 15 e decote. Não combina com ela ser gostosa ou extravagante, não por querer pregar de santinha, inclusive acha lindo mulherão que sabe ousar, mas ela apenas não é e ponto. Se sente mais confortável vendo o mundo como se estivesse à parte dele, sem causar terremotos, sem chamar a atenção. No amor, em geral, é do tipo que as coisas simplesmente não acontecem. E isso não é exatamente um fardo. O que mais ouve é “não tem namorado?” só falta a coragem de dizer o “tadinha” no final, o que pra ela soa tão, tão, bobo! Porque é que alguém que não tem namorado aos 28 tem que ser digna de pena? Pessoas estranhas essas que andam por aí...
Na idade em que está, tem tudo o que quer e vive a vida na paz. Casar não é seu objetivo primordial, mesmo que, como toda mulher, tenha seu lado mulherzinha. É claro que precisa de amor, mas quem tem muito na vida não se joga em um precipício por um motivo único. Decidiu que se for pra cair, só cai por desgraça total e completa. Ficar triste porque não tem alguém? Dura uns 5 minutos. É o tempo necessário pra lembrar do trabalho que lhe dá prazer, dos amigos que adora, da família fantástica, das viagens encantadoras. Mesmo se questionando e querendo sempre mais, sabe que não tem o direito de reclamar. A vida é naturalmente boa. E por saber disso ela não precisa se amar enlouquecidamente, amar os outros insanamente, viver intensamente como se fosse o último minuto de sua vida. Ela se gosta sem precisar ficar exaltando qualidades pra ninguém. É claro que gosta de gente, de ser humano, de sorriso no rosto, de abraço. Mas não precisa sair dizendo que ama profundamente os amigos e a família, porque atitudes de carinho não precisam necessariamente ser narradas. E é dessa calmaria que nasce o jeito “sei lá”. As pessoas sentem uma necessidade absurda de rotulação, então porque ela não vive paixões intensas, porque ela gosta de ajudar, porque ela se dá bem com quase todo mundo, ela é rotulada como essa coisa sei lá, assim, meio sem graça, meio boazinha demais. Do alto de sua mansidão, ela não contesta. Sentada no bar, tomando calmamente sua cerveja e observando tudo, ela pensa apenas “Aahh, sei lá! Que achem o que quiserem”."

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Mesmo com tanta coisa saindo errado até que tudo dê certo, eu continuo achando que o amor é fácil. É tão fácil perceber que ou você deixa ele entrar ou mantém ele de lado! Uma vez li que cada um tem um momento. Eu acredito nisso. O meu momento foi logo nos primeiros momentos, quando vi que você era muito próximo do que eu procurava. E deixemos a hipocrisia de lado, porque todos nós procuramos alguém   de um jeito determinado, colocamos critérios. Até podemos ser surpreendidos e o modelo pode ser flexível, mas, em geral, a gente sabe do que gosta.
E desde os primeiros momentos eu sabia: com você, o amor podia acontecer. Algo como olhar e pensar "tá aí, gostei ...". Ainda não era amor, era só um pensamento com frase em reticências. Mas, veja bem, com reticências, quando em geral, era sempre ponto final, ou não chegava a haver nem pensamento, nem frase. Com você, enfim, podia ser amor. Meses depois eu saberia que ele não viria a ser, assim, completamente. Mas ele podia. Eu sentia que era só dizer sim. Era só querer o amor. E eu, contrariando o repertório de fugas, incertezas e indiferenças, pra você eu queria dizer sim. Eu tava louca pra dizer sim. E aí, aí seria tudo alegria! Podia ser tudo alegria. Podia, se não fosse você dizer não. E dizer não com todas as letras, dizer um não consciente e racional. E me oferecer um pedacinho de um tipo de amor: o descompromissado. Sincero, sem enganação, até bom, mas com uma placa bem grande contornado com sirenes vermelhas e escrita em neon dizendo: daqui esse amor não passa.
E não existe raiva, piti, desconforto. Por um ano, até teve tudo isso, só pra mim mesma. Porque quem diz sim, acaba vivendo um pouco do amor que poderia ter sido, mesmo que o outro diga não, nem saiba, muito menos imagine. Agora, nesse momento em que você vai embora, sinto que esse amor, esse que eu vivi e você escolheu não viver, é jogado, sei lá, para o universo. Para o terreno da sorte, para o que Deus quiser. Porque a distância, ela é ótima em apagar devagarinho e afastar sem ferir brutalmente. A gente vai aceitando e esquecendo.
E não há mágoas, porque quando a gente não é mais muito criança entende que talvez simplesmente não seja eu pra você, mesmo que seja você pra mim. Você não teve momento comigo ou, se teve, escolheu deixar passar. Foi tua escolha equem é que tem o direito de criticar a escolha do outro? Eu tive meu momento e disse sim. Você pode ter tido, mas disse não. E aí só resta pensar, poxa, que pena! Foi bom, mas poderia ter sido tão mais... 

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Dói, né?! 
Doeria menos se ele fosse um cafajeste, cachorro, sem-vergonha...seria fácil aceitar que não era pra ser. Mas ele é legal, ele é um cara que ama.
E dói saber que não sou eu.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Breve, demorado, amor.

O amor, antes de mais nada, é um aconchego. Nem sempre é preciso um laço preso demais, amor não precisa de nó. Basta um abraço sincero e pronto: o coração acalma, você tem um lugar, um descanso, por segundos, da rotina maluca que é a vida. Nem sempre é preciso ter ligação no outro dia. Nem sempre é preciso ter aliança no dedo. Se tiver, ótimo, o amor exibido é lindo também, porque presta o serviço de lembrar aos decepcionados que sim, o amor existe e, logo, logo, chega, sem avisar. Amor também é passar aquela noite legal, com aquele cara legal, com aquela conversa legal, com aquele carinho legal. Momentâneo não adianta, dizem alguns. Você está sendo usada, dizem outros. Quanta bobagem. O amor cabe sim, inteirinho, dentro de um momento. O amor se adapta a qualquer situação: pode durar para sempre (e se reinventar lindamente a cada ano que passa); ou pode durar o tempo de um olhar, que nunca  mais vai ser visto. Porque o amor dura o tempo necessário: nem mais, nem menos. O que não dá - e essa é para aqueles que se dizem cansados, que decidiram fugir, que proclamam não querer se envolver, enfim, aquela palhaçada toda, de quem tá com dor de cotovelo - é viver sem amor. Só há sentido em qualquer coisa na sua vida, em qualquer atividade, em qualquer relação, em qualquer sonho, se nisso existir amor. Amor de homem, amor de mulher, amor de mãe, amor de irmão, amor de amigo, amor de trabalho, amor de vida, amor de dia, amor de noite, amor, amor e amor. Amor em tudo o que exista. Se ele sumir de algum lugar da sua vida, recupere-o, recrie-o, busque-o.
Queira, o amor.
Ele vai adorar isso.