domingo, 21 de agosto de 2011

Evolução da minha espécie


Muita gente coloca em orkuts e faces da vida que não quer nada mais ou menos, que quer qualquer coisa, desde que seja intenso. É sempre nesses momentos que ou penso que não me encaixo muito nesse mundo de “profundas intensidades” ou que eu realmente estou ficando velha.
Não estou dizendo que não quero sentir. Apenas gosto de sentir diferente. Quero que minhas fortes emoções sejam mais suaves e menos arrebatadoras. Já sou suficientemente inquieta por dentro e transformar essa inquietude em palavras calmas e atitudes ponderadas quando os sentimentos saem de mim já dá um trabalho danado. Aproveito muito bem minha vida sem loucura. Ou ao menos mostro minhas insanidades apenas para poucos e bons. Quem não significa algo na minha vida não precisa saber dela.
Seguido sou taxada de “boazinha”. Pois é, boazinha, mais ou menos, sinceramente, não vejo nada de errado nisso. Já tive minhas boas loucuras quando mais nova, então falo com conhecimento de causa que combino mais mesmo com a mocinha da história, ou a amiga da mocinha, pra não soar muito pretensioso. Sair dessa linha – e lógico que de vez em quando saio - além de fazer mal aos que me rodeiam, sinto que também faz mal pra mim. 
Então, em geral, hoje eu sou mesmo assim:
Gosto do bem, da calma... sou da paz.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Meu pai em mim

A maioria das pessoas que me conhecem dizem que uma de minhas qualidades é ser companheira pra todas as horas, parceirona mesmo. Parando pra pensar sobre meu pai, alguns dias antes do dia dos pais, comecei a lembrar dos momentos que passamos juntos e me marcaram. Meu pai era maquinista, então viajava bastante. Mas quando não estava trabalhando ele vivia comigo pra cima e pra baixo...me levava junto no mercado, no centro da cidade, em qualquer lugar. Era a forma que ele se fazia presente: me fazendo de sua companhia.

Meu pai nunca foi carinhoso ao ponto de me beijar no rosto, me pegar no colo, dar abraço apertado. Quando a gente é criança, adolescente, enfim, quando está nas fases em que bom mesmo é reclamar dos pais, eu me importava com isso. Hoje, sinceramente não reclamo. Como ele mesmo define, pra ele falta de proximidade física é questão de respeito, não de falta de afeto. Não quero mais meu pai diferente. Não quero meu pai meloso, não seria ele. Meu pai é esse cara durão, incapaz de ser muito afetuoso, que não demonstra o que sente. Mas que pra mim, sinceramente, nem precisa mais demonstrar, porque eu já o conheço suficientemente pra saber que ele me ama, mesmo que não saiba demonstrar. Não mudaria meu pai. Quero ele como ele é, sentado na fente de casa, fumando como se isso não fizesse mal algum, contando piadas sem graça, dando uma risada engraçada, que só ele sabe dar. E me chamando de baixinha, dando explicitamente a entender que ainda me vê como se eu tivesse 13 anos.

Quero meu pai como ele é, porque hoje vejo o quanto há dele em mim. Meio fechadona às vezes, muito tagarela em outras, sem muito tempo para abraços, mas com todo o tempo do mundo pra fazer companhia a quem quer que seja.