Escrevendo sobre teoria e ficção, ao som de Streets of Philadelphia, de Bruce Springsteen, me sinto em outra atmosfera. Me vejo bem, completa e tudo está perfeitamente em paz.
A música pode soar melancólica ou triste, mas é absolutamente suave. Me vejo caminhando pelas ruas da Filadélfia, em um fim de tarde de outono. Nem verão, nem primavera, nem inverno. Outono, quando as folhas amareladas das árvores caem no chão formando um tapete que dança ao som do vento.
Balançam também no movimento de minhas pegadas. Passos não rápidos. Não são passos lentos. Apenas passos não rápidos. Sigo olhando para a ponta de meus sapatos, erguendo meus olhos para a rua e para a luz dourada que delineia as sombras nas janelas dos prédios com pintura antiga.
Não encontro quase ninguém. Crianças ainda brincam em uma quadra de basquete.
Até quando brincarão?
O tempo suspenso, um ar rarefeito, estou ali, mas minha presença não é vista. Sinto a paisagem. Sou parte dela. Ninguém me vê. Gosto que seja assim. Posso observar tudo, sem que meu olhar perturbe o curso dos acasos de uma tarde de outubro.
Sento em um banco de praça. Espero o sol se por. Quando o sol se põe, levanto e volto a andar.
Ando pelas ruas da Filadélfia, de janelas quietas, escutando somente o barulho do vento que carrega folhas sem destino.
Caminhando pelas ruas da Filadélfia, eu sigo.
Caminhando pelas ruas da Filadélfia, eu sigo
Até, que a música termine...
Essa música é o tema de um excelente filme, "Philadelphia". Trata da homofobia e do HIV com uma sensibilidade incrível. Recomendo! ;)
ResponderExcluirObrigado por postar no meu blog!
Beijão, Sá!