quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Homens!

Apesar da mídia estar sempre muito mais interessada nas mulheres do que nos homens, seja com seus seriados sobre as belezas cariocas ou sobre afinal o que elas querem, eu acho que homem também é um tipinho bem divertido pra ser analisado. 

Li algumas coisas nos últimos dias sobre os homens e fiquei pensando, pensando...Li, por exemplo, que atualmente se está criando uma geração de homens bananas. Sim, homens medrosos, que têm medo do amor, de se envolver, de cuidar de uma família, de sair da casa dos pais antes dos 30. Concordo. Mas não culpo totalmente os homens por isso. Culpo os pais que tratam seus filhos como bebês eternos, culpo as mulheres porque também não sabem mais se querem se envolver e claro também culpo os homens que acabaram gostando dessa coisa de não ter mais a responsabilidade de serem machões.
Entre tudo isso que citei, o que acho pior é a questão de muitos homens hoje terem medo de assumir uma família. Tenho um punhado de exemplos ao meu redor de famílias que são comandadas e sustentadas por mulheres (detalhe, elas não são separadas nem mães solteiras, são casadíssimas). 

Não to dizendo que família deve cultivar o machismo. Ou que todo mundo tem que querer constituir família. Falo aqui de quem tem medo, mas constrói e acaba jogando a responsabilidade inteira no outro, sem dó. Todo mundo já entendeu que mulher pode tudo, né. Nós, mulheres, vencemos. Afinal provamos que podemos trabalhar em qualquer emprego, cuidar dos filhos, sustentar a casa e de quebra abrir vidro de pepino e trocar lâmpada sozinhas. Sim, nós somos as supermulheres que por décadas defendemos ser. O problema é que isso machucou o orgulho masculino e a vingança de alguns deles tem sido essa: "não quer ser a boa? então aguenta". Sim, já ouvi isso de mulheres que eu conheço, contando sobre a explicação de seus maridos.

Enquanto mulher - e solteira - confesso que quero um homem que resolva a situação quando preciso, que se mostre forte quando preciso, que tenha voz. Se for realmente necessário, nós mulheres fazemos tudo isso. Mas se é pra ter um homem do lado, então é legal que que eles também  façam. Não queremos homens machistas, mas queremos homens machos. Nada de inseguros, medrosos, fujões. Queremos homens!

Até porque, sinceramente, depois que descobrimos que sobrevivemos sem eles, só ficamos com eles se valer a pena de verdade...

domingo, 14 de novembro de 2010

Eu acredito!

Sabe aquela música do Lulu Santos (que adoro) que diz "eu vejo um novo começo de era, de gente fina, elegante e sincera"?
Aposto todas as minhas fichas nela.

Sei que tem gente que me acha pra lá de ingênua. Bom, talvez eu tenha tido sorte até agora, de cruzar quase que só com pessoas bacanas.


Claro que já conheci gente que não era lá muito legal. Algumas até me fizeram mal. Mas acho que em todos os momentos que fui ofendida ou machucada, eu ofendi também. Não sei se primeiro ou se depois. Mas verdade é que todos nós temos em nós o bem e o mal. A busca é por manter sempre o bem acima do mal. Pelo menos é o que tento.

Quando eu digo isso - todos tem em si o bem o e o mal - eu quero dizer que não tem essa história que os mais velhos adoram dizer "o mundo tá perdido", "os jovens não têm mais jeito", essas coisas que ouvi esses dias ainda de uma pessoa. Eu não penso assim. Eu prefiro continuar acreditando nas pessoas. Eu prefiro tentar ver a luz nos olhos de alguém, nem que seja bem difícil. Eu gosto de ver as pessoas por trás da armadura que todo mundo carrega pra viver na correria. Eu gosto de me importar.

Às vezes penso se não vivo em uma bolha. Todo mundo sabe que tem bala perdida, carro sendo incendiado, bebês sendo encontrados na lata do lixo. Mas aí eu penso que até no século V as pessoas já se matavam, e pior, apenas por honra. O que quero dizer é que não acho certa essa história de dizer que é o fim dos tempos. Coisas ruins sempre existiram.

Só que contra os bebês jogados fora, contra o pai de família que morreu de bala perdida, tem gente por aí adotando criança de rua, fazendo trabalho voluntário na África, doando órgãos pra salvar alguém que nem conhece.

Ao invés de ficar falando mal da alienação juvenil, é o bem que eu prefiro exaltar. Uma galera super inteligente, de bem com a vida, saudável, educada, já existe, e vem chegando cada vez mais por aí. Só eu conheço um montão de gente assim. Uma gurizada que tem opinião, que não não tem medo do amor, de falar sobre sexo, que tem vontade de trabalhar, de ser bom no que faz e que de quebra também tá pronto se precisar ajudar.

Que triste deve ser não acreditar nas pessoas. Não acreditar na vida.

Eu vou acreditar sempre!

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Saudade

Fazendo uma coisa idiota no último domingo (assistindo Faustão) eu e minha mãe paramos um pouco pra pensar no que estava passando. A pergunta do programa era: de que ou de quem você sente saudade?
Minha mãe me perguntou do que eu tenho saudade. Parei, pensei, pensei...impossível dizer apenas uma coisa. Sou uma saudosista convicta. Tenho saudade de todas as épocas da minha vida. Minha mãe disse que isso é muito bom, porque só temos saudade das coisas boas da nossa vida. Verdade, né?? Não que minha vida tenha sido sempre um mar de rosas, até longe disso. Mas eu consigo rir do que acontece. Consigo pensar, vai passar. Consigo ser mais forte. Consigo não me abalar. Consigo ver algo de bom. Consigo abstrair.

Eu não sou nenhuma heroína. Sou de carne, osso e saudades! Saudade da escola, dos meus amigos, dos primeiros amores, que mexiam tanto com o coração (muita gente passa a vida tentando sentir de novo aquelas batidas enlouquecidas do coração, só possíveis pq o coração ainda era puro, inocente, verdadeiro e sem pé atrás). A escola não volta, mas os bons amigos tenho contato até hoje graças à santa internet. Tenho muita - e isso é bem curioso - mas muita saudade da TV...dos programas que assistia, dos desenhos. Amo até hoje aquela música da abertura do desenho "Cavalo de fogo" (quem não tem mais de 20 anos acho que não conheceu), tenho saudade dos filmes da sessão da tarde (tenho até uma lista guardada, que fiz junto com meu irmão). Juro que não é besteira, a sessão da tarde era realmente muito legal na minha época. Clássicos como "Curtindo a vida adoidado", "Um dia a casa cai", "Os Goonies", faziam a nossa diversão. Hoje só tem filme de cachorro (no nosso tempo só tinha o "K-9"). Tenho saudade também dos Cavaleiros do Zodíaco, Ducktails (Woo-wooo!). Ah, enfim, dá de verdade pra fazer uma lista de filmes de sessão da tarde e desenhos que trazem a saudade de uma magia, de uma fuga da realidade, ou mesmo de uma realidade tão legal.


Tenho saudade dos tempos aqui de Santa Maria (digo aqui, pq estou aqui nesse exato momento). Os novos amigos, a faculdade e principalmente uma coisa: o sonho. O sonho de ser jornalista sem nem saber ao certo o que isso significa. Sonho realizado, a gente sempre quer mais. Ou descobre que não sabe bem o que quer ainda, o que não encaro como um problema. É problema se te paralisa, mas se te move em diferentes direções, pode contar, sempre vai somar, trazer novas experiêcias, te fazer amadurecer.

Outra coisa que sempre vou ter saudade é das viagens com a família ao som de Creedence. Era a banda que a família toda gostava, então virou a marca dos Borges em suas viagens anuais lá pra vó. Bons tempos. Adorava chegar na vó e comer pão caseiro com mel.

Ah, falei de infância, amores da adolescência, amigos, faculdade, sonhos, família.


Tenho saudade de tudo que foi, que é, talvez até do que será meu.

Poderia ficar dias falando sobre as coisas das quais tenho saudade, uma lembrando a outra, outra lembrando mais umas, em um incessante novelo de acontecimentos, de histórias, sentimentos, de vida.

E você, parou pra pensar do que tem saudade?

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Streets of Philadelphia

Escrevendo sobre teoria e ficção, ao som de Streets of Philadelphia, de Bruce Springsteen, me sinto em outra atmosfera. Me vejo bem, completa e tudo está perfeitamente em paz.

A música pode soar melancólica ou triste, mas é absolutamente suave. Me vejo caminhando pelas ruas da Filadélfia, em um fim de tarde de outono. Nem verão, nem primavera, nem inverno. Outono, quando as folhas amareladas das árvores caem no chão formando um tapete que dança ao som do vento.

Balançam também no movimento de minhas pegadas. Passos não rápidos. Não são passos lentos. Apenas passos não rápidos. Sigo olhando para a ponta de meus sapatos, erguendo meus olhos para a rua e para a luz dourada que delineia as sombras nas janelas dos prédios com pintura antiga.

Não encontro quase ninguém. Crianças ainda brincam em uma quadra de basquete.
Até quando brincarão?

O tempo suspenso, um ar rarefeito, estou ali, mas minha presença não é vista. Sinto a paisagem. Sou parte dela. Ninguém me vê. Gosto que seja assim. Posso observar tudo, sem que meu olhar perturbe o curso dos acasos de uma tarde de outubro.

Sento em um banco de praça. Espero o sol se por. Quando o sol se põe, levanto e volto a andar.
Ando pelas ruas da Filadélfia, de janelas quietas, escutando somente o barulho do vento que carrega folhas sem destino.

Caminhando pelas ruas da Filadélfia, eu sigo.
Caminhando pelas ruas da Filadélfia, eu sigo

Até, que a música termine...