domingo, 25 de outubro de 2009

Reescrevendo caminhos

Decidir o que se quer da vida pela segunda ou terceira vez não é nada fácil, acreditem, é muito mais difícil do que na primeira. Quando eu decidi o que queria ser, convenci toda a família, corri, fui atrás. Quando finalmente consegui, me formei em jornalismo e me tornei uma jornalista registrada, percebi que isso não bastava para ter o que eu queria na vida.

Um ano e meio depois de me formar, já estagiei, trabalhei e me sustentei como jornalista. É bom? è ótimo, adoro fazer o que faço. Mas há um ponto, e esse ponto tornou-se o grande divisor de águas da minha vida, que me fez mudar o caminho a ser seguido por mim. Bem sei eu que dinheiro não é tudo nessa vida, tenho uma família maravilhosa e amigos idem para confirmar essa máxima. Mas, para mim, uma vida confortável financeiramente tornou-se um objetivo.

Eu tenho como ganhar bem com o jornalismo, basta passar em um concurso pra trabalhar no Distrito Federal ou me largar com a cara e a coragem - e esperar ao menos uns 10 anos - pra SP, RJ. As capitais são os principais lugares pra se ter chance de crescer no jornalismo. O interior jamais te fará uma rica jornalista. Mas é no interior que está minha vida: minha família. E não só minha família, mas minha liberdade para ir e vir sem medo de bala perdida, minha certeza de chegar ao centro da cidade em 10 minutos, enfim, a minha vida em paz tbm está aqui.

Por tudo isso percebi que não poderia ser apenas jornalista, se quisesse mesmo ficar por aqui. E então decidi que vou fazer concursos pra alcançar o salário que acredito precisar pra viver bem. Não quero ser milionária. Mas ao contrário dos meus pais, não quero passar a vida me preocupando com as contas do final do mês.

E a hora é agora. Estou, agora, tendo a oportunidade de estar em casa, ganhando comida e roupa lavada, para me dedicar apenas aos estudos. Só que aí vem outra questão: o de muitas pessoas acharem que vc está no bem bom, não tá fazendo nada da vida. Esses dias ainda, encontrei uma amiga na rua e ela disse sem tirar nem por: "aparece lá na loja, tu não tá fazendo nada mesmo!"

Bom, eu não sou nenhuma tola de achar que as pessoas não pensariam assim. De que elas não pensariam pq ela não trabalha em qualquer coisa, só pra ter o seu dinheirinho, pra ir passando, pra não depender dos pais com 25 anos. Eu sei de tudo isso, e em muitos e muitos dias também penso assim. Tanto é que a quantidade de currículos que mandei pra muitos lugares foi grande, só que as propostas que recebi foram do tipo "700 reais pra coordenar a área de jornalismo e de quebra dar uma mão na d vendas". Essa é a realidade do jornalismo no interior.

Eu sei que poderia estar trabalhando e às vezes até me questiono se realmente não estou muito vagabundona. Mas, sempre que penso nessas coisas, chego a conclusão que não adianta tapar o sol com a peneira. Eu quero ganhar bem e preciso estudar muito pra isso. Eu preciso estudar até passar, e arranjar um empreguinho quebra galho me dá a sensação de não estar me dedicando tudo o que posso pra conseguir meu objetivo.

Meu pai já me jogou na cara várias vezes que preciso trabalhar. Sim, preciso. Mas vou trabalhar com a segurança de um concurso público e com o salário que não vai ajudar apenas a mim, mas também aos meu pais e irmãos a terem uma vida mais tranquila.

E podem acreditar, nessa história "não estar fazendo nada" nem passa perto dos meus dias. Quem é concurseiro sabe: passar os dias estudando, horas e horas lendo leis e regras que às vezes nem são da tua área, sem contar qdo é um concurso que te exige matemática e informática, acreditar na aprovação mesmo sabendo que concorrem pela mesma vaga milhares de pessoas tão bem preparadas qto vc, gastar horas de sono, fazer aulas em sábado e domingo como to fazendo, sinceramente! Dá muito mais trabalho do que ficar em um empreguinho pra ir vivendo, pq isso sim, é não querer se esforçar (claro que desconto aqui as pessoas que precisam do emprego pra sobreviver mesmo, né).

Enfim...Não é nada fácil superar os preconceitos dos outros e mesmo os próprios. Não é fácil decidir mudar tudo. Encarar tudo e todos e acreditar que será o melhor.

Como diria uma juíza que conheci no Mato Grosso: é dificil, mas não é impossível.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Tempo demais...

Não sei se as outras pessoas são assim, mas detesto esses dias como hoje, quando fico com mil coisas pra fazer na cabeça, começo uma, acabo em outra e, no fim, nunca faço o que realmente queria. Não estou trabalhando no momento, apenas estudando. Ou deveria ser apenas, porque verdade é que faço várias coisas no dia que não são estudar.

Acho que esse é um mal do mundo moderno: ter tempo hoje, dá muito trabalho. Dá preocupação, dá culpa por não estar fazendo o que deveria, dá tudo, menos o que antes o tempo dava: prazer.

Como tenho um concurso concorridíssimo pela frente, a frase que fica martelando na minha cabeça insistentemente é: você deveria estar estudando, você tem que estudar mais, estudar, estudar, estudar. E não adianta tirar um final de semana de descanso, aquela coisa de desligar um pouco para voltar com ar renovado aos livros. Bobagem. Passo o final de semana inteirinho pensando no tempo que to perdendo sem estudar.

Pq será que a gente não consegue mais ficar sem ter nada pra fazer e não se preocupar com isso? Sabe aquela coisa de simplesmente relaxar e esquecer tudo? Eu posso, ao contrário de muitas pessoas, tirar uma tarde pra passear, curtir o que eu quiser. Mas não consigo fazer isso em paz.

Ter tempo hoje é inquietante.

Eu tento usar desculpas pra mim mesma, como "ano passado trabalhei 14 horas por dia", ou "estou recusando essa proposta de emprego por um objetivo bem maior", sei lá, eu tento me apaziguar, mas não adianta. Eu sou uma pilha ambulante.

E o pior é que não é de hoje. Sempre tive uma vida super ativa, com faculdade, estágios, festas, depois que me formei continuei então com muito trabalho, mais festas, namoro, enfim...eu nunca parei por tanto tempo.

Isso me deixa em sobressalto. Será que estou no caminho certo? E se eu não conseguir o que pretendo?

E o pior de tudo, é que lá no fundo eu tenho respostas pra tudo. Se eu to no caminho certo, só o tempo vai dizer. Se eu não conseguir o que quero, vou ter que mudar o meu desejo.

As respostas costumam ser as mais simples, pq na vida, não há o que não tenha solução. Algum jeito tu vai ter que dar, talvez não seja do jeito que vc quer, mas de algum jeito as coisas vão ficar.

A gente sabe de tudo isso, mas não sabe lidar com isso.

Não sabemos lidar com a simplicidade da vida.

E nisso eu fico aqui...escrevendo ao invés de estar estudando!!!

domingo, 4 de outubro de 2009

Muitas casas e ao mesmo tempo nenhuma...

Esses dias parei pra pensar nas minhas andanças e sabe do que me dei conta? Já morei em 12 casas diferentes. É bastante pra quem tem só 25 anos, né?? Tem o lado bom e o ruim. Eu, particularmente, adoro mudanças, como já disse por aqui. Mas ao mesmo tempo eu chego muitas vezes a triste conclusão de que ainda não encontrei o meu lugar. Claro que me sinto em casa aqui na casa dos meus pais. Mas eu falo da minha casa. Sabe, aquela coisa de vc pensar, "ai que vontade de ir pra casa", depois de uma longa viagem...

Eu sinto que to sempre em transição. Quando morava aqui em Ijuí, eu não queria ficar aqui, queria fazer faculdade em outro lugar, trabalhar longe, enfim, quando a gente é adolescente sempre pensa que os sonhos não estão ali, estão em outro lugar. Então fui pra Santa Maria, onde, lógico, não ia ficar, era uma cidade mais transitória impossível, quase todo mundo vai pra lá pela faculdade, mas também quase ninguém pensa em crescer por lá mesmo. Depois fui para o Mato Grosso e pela primeira vez pensei que ficaria bastante tempo em um lugar só. Mas foi um vai e vem muito maior do que em qualquer outro lugar que já tinha morado. E também sentia muita saudade do Sul...

Agora, de novo em Ijuí, é claro que não quero ficar aqui, mas sabe o que é mais engraçado? eu nem sei ao certo pq. É claro que se passar em um concurso é bastante provável que seja chamada em outra cidade, mas não há nesse mundo, um lugar, que eu conheça e possa dizer: pronto, é aqui que quero ficar! É aqui que quero viver minha vida!