A maioria das pessoas que me conhecem dizem que uma de minhas qualidades é ser companheira pra todas as horas, parceirona mesmo. Parando pra pensar sobre meu pai, alguns dias antes do dia dos pais, comecei a lembrar dos momentos que passamos juntos e me marcaram. Meu pai era maquinista, então viajava bastante. Mas quando não estava trabalhando ele vivia comigo pra cima e pra baixo...me levava junto no mercado, no centro da cidade, em qualquer lugar. Era a forma que ele se fazia presente: me fazendo de sua companhia.
Meu pai nunca foi carinhoso ao ponto de me beijar no rosto, me pegar no colo, dar abraço apertado. Quando a gente é criança, adolescente, enfim, quando está nas fases em que bom mesmo é reclamar dos pais, eu me importava com isso. Hoje, sinceramente não reclamo. Como ele mesmo define, pra ele falta de proximidade física é questão de respeito, não de falta de afeto. Não quero mais meu pai diferente. Não quero meu pai meloso, não seria ele. Meu pai é esse cara durão, incapaz de ser muito afetuoso, que não demonstra o que sente. Mas que pra mim, sinceramente, nem precisa mais demonstrar, porque eu já o conheço suficientemente pra saber que ele me ama, mesmo que não saiba demonstrar. Não mudaria meu pai. Quero ele como ele é, sentado na fente de casa, fumando como se isso não fizesse mal algum, contando piadas sem graça, dando uma risada engraçada, que só ele sabe dar. E me chamando de baixinha, dando explicitamente a entender que ainda me vê como se eu tivesse 13 anos.
Quero meu pai como ele é, porque hoje vejo o quanto há dele em mim. Meio fechadona às vezes, muito tagarela em outras, sem muito tempo para abraços, mas com todo o tempo do mundo pra fazer companhia a quem quer que seja.
Esse é o lado mais lindo e mágico de todos nós seres humanos, saber respeitar a individualidade de todas as pessoas, e, mais ainda, daquelas a quem amamos e que, de uma forma ou de outra, sempre fizeram por onde merecer o respeito e a consideração de um filho, uma filha, seja natural ou não. Eu gosto muito deste pensamento: "Não há filhos naturais, há pais naturais.". Meu abraço com muita amizade e ternura. Lou Moonrise.
ResponderExcluirOi Samantha! Vim lhe agradecer sua presença enriquecedora em palavras e companhia. Embora eu não esteja vendo minha imagem na janelinha desde aqui dos comentários, ainda bem que está visível nos seguidores. Estranho viu... esse blogger nos aplica cada susto. Aff! Beijos amiga. Lou Moonrise.
ResponderExcluir