quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Sobre amor, sexo e outras máscaras...

Acordei em um sobressalto dos poucos minutos que consegui pegar no sono. Acho que tive um pesadelo porque meu coração batia acelerado e minha respiração tava estranha. Olhei pro lado e vi um cara de costas pra mim, dormindo. A rua fazia barulho lá fora. Sentia gosto de cerveja na boca. Afinal o que é que eu tava fazendo ali? E quem era aquele cara do meu lado? Eu mal o conhecia. O encontrei há umas 3 semanas atrás. Conversamos, ficamos, seguimos conversando...talvez ele fosse um cara legal, pensei de início. Talvez ele seja um cara legal, quem sou eu pra julgar alguém que conheci há 3 semanas... Talvez ele apenas não seja "O" cara legal que eu espero...

Comecei a me sentir idiota. E sozinha. Olhei pra porta entreaberta do quarto. Será que eu não conseguiria sair do apartamento sem que ele visse? Não morava muito longe, e afinal o que eram umas 5 quadras de Scarpin, para quem já passou 5 anos de faculdade em salto 10?

Quero ir embora. Quero a minha cama, a minha casa. Não quero acordar com um estranho. Olhei pra ele. Fiquei pensando...qual teria sido sua primeira paixão? Como será sua relação com seus pais? No que ele pensa quando vai dormir? Será que já chorou? Como foi seu último porre? Qual seu perfume preferido? O que mais gosta em uma mulher? Será que gosta de café? Em que posição jogava no time da escola? Jogava no time da escola?

Acabei virando pro lado e dormindo com minhas perguntas.

Não sei definir um nome para um meio termo entre amor e sexo.
Em 2011 decidi que quero tentar entender minha relação com essas duas "coisas". A minha relação com o sexo eu compreendi em 3 semanas. Coloquei em prática (ou tentei) algumas teorias e cheguei a conclusões óbvias.

Muito bem, primeiro tentei colocar em prática a teoria de que tudo acaba em sexo. Decidi que uma vez na vida, para que a teoria pudesse ser realizada me faria passar por uma mulher decidida (risos de mim mesma). De cara escuto do guri uma frase "a gente conhece os tipos de mulheres. Eu sei que tu é o tipo de mulher que se está aqui, espera alguma coisa". Odiei isso. Não por ouvir. Mas por ser verdade.

Eu odiei, mas pensei, não vou desistir. Então, uma semana depois liguei para o cara e disse "amanhã eu quero te ver". Pensa no orgulho que senti de mim! O cara a princípio gostou. Ok, agora só tenho que me convencer de que é só sexo. Falei pra mim mesma, repeti, me mostrei decidida e autosuficiente para o espelho, defendi olhando nos meus olhos que não estava nem aí para desenrrolares românticos.

Me senti a pessoa mais idiota do planeta no outro dia. Aquela não era eu. Não, eu não me achava uma gostosona, uma mulher superior e indiferente, que droga, nem de longe eu me tornaria uma predadora de homens. E sim, se eu estava ali é porque eu esperava algo. Esperava que ele dormisse comigo de conchinha, me acordasse com um beijo, dissesse que adorou a noite e que me ligava mais tarde.
 
Não sou romântica do tipo que está sempre namorando e apaixonada. Namorei pouco e me apaixonei menos ainda. Não sou movida a homem, minha vida segue sem eles. Mas se fico com alguém mais de uma vez, não adianta mentir pra mim mesma, eu sempre espero que talvez seja alguém especial, um cara legal, sei lá. Eu sempre espero uma ligação no outro dia. Não morro se ela não vier. Mas espero.

Eu queria ser como os homens ou algumas mulheres: não estar nem aí no outro dia. Não esperar nada. Acho que nunca vou conseguir. acho que não sou mulher de sexo casual. Isso sempre soa vanglorioso para uma mulher. Mas no fundo torna as coisas muito mais complicadas.

Então, o resultado da aplicação da minha teoria em mim mesma é: não, nada acaba apenas em sexo, tudo acaba na eterna busca pelo amor. Não consigo escrever sexo e amor lado a lado e traçar uma linha no meio. Eles não conseguem ficar separados em colunas pra mim.

Conclusão: algumas máscaras, decididamente, não conseguimos usar. Elas não se encaixam, tua essência não permite. Melhor se assumir sem elas e encarar as consequências do que somos verdadeiramente.

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