Esses dias fui fazer minha caminhada rotineira, minha maneira mais eficiente de mandar o stress pra lá desde que tinha 13 anos. Subindo a umas 2 quadras daqui de casa eu avisto uma senhora. De bengalinha na mão, cabelinho branco, magriiinha, caminhando pela rua. Nossa, pensei eu, é a Dona Maria!
A Dona Maria é uma velhinha que foi minha vizinha de porta quando eu tinha 3 ou 4 anos de idade. Claro que eu não me lembro muito dela, mas o que lembro bem é que naquela época, isso há 21 anos atrás, ela já era uma velhinha!
A Dona Maria é daquelas pessoas que estão presentes na tua vida, sem fazer parte dela. Eu nunca tive qualquer contato com a Dona Maria além daquele do qual eu não me lembro, já que era muito criança. Mas ao longo da vida sempre ouvi minha mãe falar dela, que sentia saudade, que gostava muito da Dona Maria. O mais engraçado é que desde os meus 6 anos moramos a duas quadras da Dona Maria e minha mãe nunca foi visitá-la. Tampouco eu, que sempre guardei dela apenas lembranças das quais eu não lembro materialmente, mas que estão na minha memória.
Se a Dona Maria soubesse que morri de vontade de pará-la ali no meio da rua e dizer "Dona Maria! lembra de mim, filha da Isabel, que morava na frente da sua casa..." Mas eu acho que ela não lembraria. Afinal, como ela vai lembrar de alguém que não conhece? Afinal quem ela conheceu foi uma menininha que brincava com baldinho e peixinhos de plástico na areia do pátio de casa.
Eu nem conheço a Dona Maria, mas eu gosto dela. É estranho como sinto que ela faz parte da minha história. E fiquei realmente encantada por vê-la viva, caminhando pela rua. Pq quando somos crianças, a idéia que fazemos é de que, quando formos adultos, velhos serão os nossos pais e não os velhinhos que já eram velhinhos. Fiquei pensando quanta história a Dona Maria não teria pra contar! E ouvindo suas histórias, que aparentemente nada tem a ver com a minha, eu sei que sentiria uma saudade inexplicável de tudo.
Como pode a gente sentir saudade até do que não viveu e até mesmo do que existiu apenas na nossa mente, nos nossos sonhos? A verdade é que a Dona Maria me remete a um tempo bom. Mesmo que ela não apareça materialmente nas minhas lembranças desse tempo, ela é, sem dúvida, um elo com meu passado.
Pra ver como às vezes pessoas que apenas passam por nós, conseguem nos deixar marcas muito mais fortes e vivas do que muitas que andaram anos ao nosso lado. Não é afinidade, não é convivência, não há palavra que explique. Me sinto ligada à Dona Maria por um sentimento que vai além do que podemos definir ou teorizar... Essas coisas tênues que a vida tem...pequenos mistérios que fazem a vida mais mágica...
sexta-feira, 27 de novembro de 2009
sexta-feira, 20 de novembro de 2009
Sofrendo do mal "Cazuza"
Eu não sou tão exagerada quanto ele e ao contrário dele gosto só de meninos. Mesmo assim, em um ponto, sou meio Cazuza: não consigo querer uma coisa só. Não adianta, eu vejo tanta coisa pra se gostar nesse mundo, como é que vou me limitar a ser apenas uma?
Sabe aquelas pessoas que já foram de tudo um pouco nessa vida? Pra quem não sabe eu já fui auxiliar de consultório odontológico (no tempo em que ainda não existia curso profissionalizante pra isso), já fui vendedora das lojas Grazziotin, já fui proprietária de loja de artigos esportivos, técnica admisnistrativa do Fórum, e, no meio disso tudo, claro, sou jornalista. No campo dos estudos também não me mantive em uma opção. Cursei um ano de Letras, um ano de relações Públicas, até me formar em Jornalismo, que foi o que sempre quis.
O que eu não esperava é que quando eu me formasse em Jornalismo eu descobriria que também quero cursar Direito. Também, lógico, tenho como objetivo fazer um mestrado, porque todo mundo sabe que diploma hoje em dia é quase nada. E mesmo que fosse muito, seria pouco para satisfazer minha vontade de estudar. Ah, e tirando tuuudo isso, confesso que também sempre pensei em fazer psicologia.
Também vale lembrar que já morei com meus pais, óbvio, já dividi apartamento com pelo menos umas 20 pessoas (não todas ao mesmo tempo, óbvio) e já morei com meu namorado no outro lado do país. Ah, também morei um tempo com um tio.
Esse parágrafos aí e cima são a explicação pura e simples do mal Cazuza: o querer tudo, ou, querer cada hora uma coisa diferente. Fico pensando como algumas pessoas conseguem viver a vida toda na mesma casa, na mesma rua, na mesma cidade. Como passam a vida todinha no mesmo emprego? E faculdade, como podem querer cursar apenas uma? Quando preciso dizer qual minha música preferida, filme, cor, qualquer coisa, não espere uma só. Sempre serão 5 músicas, 10 filmes, 3 cores. Nunca haverá o melhor amigo, será sempre os e as. Família, será a de Ijuí, a do MT. Os amigos serão do Brasil, da europa, dos EUA.
É claro que isso não é tão bom quanto parece. Se fosse eu não chamaria de "mal". A verdade é que muitas vezes, na inconstância de querer demais, acabo sem saber distinguir o que realmente quero e perdendo momentos preciosos.
A vida exige escolhas. E quando a escolha tem apenas alternativa A e B, eu sempre me ferro.
Sabe aquelas pessoas que já foram de tudo um pouco nessa vida? Pra quem não sabe eu já fui auxiliar de consultório odontológico (no tempo em que ainda não existia curso profissionalizante pra isso), já fui vendedora das lojas Grazziotin, já fui proprietária de loja de artigos esportivos, técnica admisnistrativa do Fórum, e, no meio disso tudo, claro, sou jornalista. No campo dos estudos também não me mantive em uma opção. Cursei um ano de Letras, um ano de relações Públicas, até me formar em Jornalismo, que foi o que sempre quis.
O que eu não esperava é que quando eu me formasse em Jornalismo eu descobriria que também quero cursar Direito. Também, lógico, tenho como objetivo fazer um mestrado, porque todo mundo sabe que diploma hoje em dia é quase nada. E mesmo que fosse muito, seria pouco para satisfazer minha vontade de estudar. Ah, e tirando tuuudo isso, confesso que também sempre pensei em fazer psicologia.
Também vale lembrar que já morei com meus pais, óbvio, já dividi apartamento com pelo menos umas 20 pessoas (não todas ao mesmo tempo, óbvio) e já morei com meu namorado no outro lado do país. Ah, também morei um tempo com um tio.
Esse parágrafos aí e cima são a explicação pura e simples do mal Cazuza: o querer tudo, ou, querer cada hora uma coisa diferente. Fico pensando como algumas pessoas conseguem viver a vida toda na mesma casa, na mesma rua, na mesma cidade. Como passam a vida todinha no mesmo emprego? E faculdade, como podem querer cursar apenas uma? Quando preciso dizer qual minha música preferida, filme, cor, qualquer coisa, não espere uma só. Sempre serão 5 músicas, 10 filmes, 3 cores. Nunca haverá o melhor amigo, será sempre os e as. Família, será a de Ijuí, a do MT. Os amigos serão do Brasil, da europa, dos EUA.
É claro que isso não é tão bom quanto parece. Se fosse eu não chamaria de "mal". A verdade é que muitas vezes, na inconstância de querer demais, acabo sem saber distinguir o que realmente quero e perdendo momentos preciosos.
A vida exige escolhas. E quando a escolha tem apenas alternativa A e B, eu sempre me ferro.
quinta-feira, 19 de novembro de 2009
Pq os homens não me conquistam?
Primeiro, que fique claro que não estou virando lésbica. Sim, tem que explicar, né, hoje em dia uma frase como essa do título pode ser lida de várias maneiras...
O que vou falar é o que tento entender. Tento entender a minha dificuldade em me encantar com o sexo oposto, leia-se, apaixonar-me. Eu não me acho a última bolachinha do pacote, sei que fico mesmo lá pelo meio, entre as comuns quase lindas, então não pensem que sou daquelas que acham que homem nenhum é bom o bastante para mim.
Mas a verdade é que, meu Deus! eu não me encanto! Eu saio, nos lugares onde vou há muitos guris, muitos deles bonitos, alguns deles chegam pra falar comigo e não adianta, nada do que dizem me chama a atenção. Acabo às vezes sendo até antepática, por pura preguiça de prolongar conversinhas que escuto desde que tenho 14 anos: nome, idade, o que faz..blábláblá...
O pior é que não é nem a conversa, afinal essas perguntas são necessárias, mas não há um olhar que me atormente, de leve que seja, nãohá sorriso que impressione, não há um modo diferente de gesticular que me faça prestar atenção.
Pq os homens não me conquistam? Conheço pessoas que se apaixonam tão facilmente! Estão sempre encantadas com alguém. Parece ser tão fácil!
Nas poucas vezes em que alguém me chama a atenção, dura pouco. E antes de qualquer coisa eu mesma já sei que logo vai passar, que a euforia vai desaparecer como fumaça.
Falando tudo isso, até parece que sou insensível e o pior de tudo é que não sou. Eu amei meu ex-namorado. Mas mesmo aí, não teve perna tremendo, frio na barriga...
Eu sei que sobrevivo sem isso. Não sou do tipo que acha que só vai ser feliz se encontrar a metade da laranja, não, eu já sou feliz. Feliz comigo mesma, feliz com as coisas que tenho. Mas também não sou do tipo totalmente moderna que acha que pode ser totalmente feliz sem encontrar a metade. Essas pessoas mentem. São felizes, mas no fundinho, sabem que podem ser mais felizes, dividindo com alguém essa felicidade.
Sinto vontade de ser conquistada. Entre tantos olhares que não me dizem nada, quero saber se encontro algum que consiga me dizer alguma coisa... Pouco me importa se será paixão, um grande amor, ou apenas desejo. Importa apenas que me conquiste de alguma maneira.
O que vou falar é o que tento entender. Tento entender a minha dificuldade em me encantar com o sexo oposto, leia-se, apaixonar-me. Eu não me acho a última bolachinha do pacote, sei que fico mesmo lá pelo meio, entre as comuns quase lindas, então não pensem que sou daquelas que acham que homem nenhum é bom o bastante para mim.
Mas a verdade é que, meu Deus! eu não me encanto! Eu saio, nos lugares onde vou há muitos guris, muitos deles bonitos, alguns deles chegam pra falar comigo e não adianta, nada do que dizem me chama a atenção. Acabo às vezes sendo até antepática, por pura preguiça de prolongar conversinhas que escuto desde que tenho 14 anos: nome, idade, o que faz..blábláblá...
O pior é que não é nem a conversa, afinal essas perguntas são necessárias, mas não há um olhar que me atormente, de leve que seja, nãohá sorriso que impressione, não há um modo diferente de gesticular que me faça prestar atenção.
Pq os homens não me conquistam? Conheço pessoas que se apaixonam tão facilmente! Estão sempre encantadas com alguém. Parece ser tão fácil!
Nas poucas vezes em que alguém me chama a atenção, dura pouco. E antes de qualquer coisa eu mesma já sei que logo vai passar, que a euforia vai desaparecer como fumaça.
Falando tudo isso, até parece que sou insensível e o pior de tudo é que não sou. Eu amei meu ex-namorado. Mas mesmo aí, não teve perna tremendo, frio na barriga...
Eu sei que sobrevivo sem isso. Não sou do tipo que acha que só vai ser feliz se encontrar a metade da laranja, não, eu já sou feliz. Feliz comigo mesma, feliz com as coisas que tenho. Mas também não sou do tipo totalmente moderna que acha que pode ser totalmente feliz sem encontrar a metade. Essas pessoas mentem. São felizes, mas no fundinho, sabem que podem ser mais felizes, dividindo com alguém essa felicidade.
Sinto vontade de ser conquistada. Entre tantos olhares que não me dizem nada, quero saber se encontro algum que consiga me dizer alguma coisa... Pouco me importa se será paixão, um grande amor, ou apenas desejo. Importa apenas que me conquiste de alguma maneira.
quinta-feira, 12 de novembro de 2009
De novo, caminhos...
Ah, esses diazinhos cruéis em que você olha em volta e pensa "Tá tudo errado!"
Sabe o que é pior? É quando tudo PARECE errado, especialmente aos olhos dos outros, mas algo lá dentro de vc diz "segue por aí mais um pouco". É o que anda acontecendo comigo. Eu tinha minha casa, meu emprego, meu namorado e de repente Pluft! resolvi mudar tudo. Tá, o namorado saiu por vontade própria, mas o resto foi decisão minha.
E agora, cá estou, tentando me encontrar novamente em meio às inúmeras vontades de ser jornalista, concursada, viajar pelo mundo e também casar e ter filhos como qualquer mortal do sexo feminino. Algumas pessoas adoram chegar e dizer: vc devia ter feito isto ou aquilo, não devia ter ido pro MT, devia ter tentado mestrado em Santa Maria...
Então acham que eu não penso que sim, talvez teria sido bom ter feito outras escolhas? Mas me desculpem os "interessados demais com a vida alheia", eu simplesmente não consigo me arrepender da minha vida.
Ter feito outras escolhas significa apagar pessoas e lugares que conheci, momentos que vivi, da minha história. Não tenho nem coragem de pensar em não ter tido a oportunidade de ter a companhia de alguns matogrossenses "gente boa", alguns nordestinos idem, não ter conhecido o rio das mortes, a tal da muriçoca, Goiânia, Cuzcuz nordestino - feito por uma nordestina - , beber a cerveja Cristal e muitas outras coisas que fazem parte de mim.
Talvez eu estivesse mais segura financeiramente, mas experiência não se compra em qualquer esquina. Arrependimento não leva a nada, poxa, as pessoas deviam saber disso, principalmente as que têm o dobro da minha idade.
A tua história, é só tua. São tuas lembranças, tuas histórias pra contar. Momentos que influenciaram vc a ser vc!
Então não deixe que ninguém menospreze o que vc viveu, é o mesmo que diminuir o que vc é.
Caminhos sempre são de ida e volta. Ninguém precisa morrer atado a um caminho só na vida, quando se tem tantos e tantos pra andar...
Sabe o que é pior? É quando tudo PARECE errado, especialmente aos olhos dos outros, mas algo lá dentro de vc diz "segue por aí mais um pouco". É o que anda acontecendo comigo. Eu tinha minha casa, meu emprego, meu namorado e de repente Pluft! resolvi mudar tudo. Tá, o namorado saiu por vontade própria, mas o resto foi decisão minha.
E agora, cá estou, tentando me encontrar novamente em meio às inúmeras vontades de ser jornalista, concursada, viajar pelo mundo e também casar e ter filhos como qualquer mortal do sexo feminino. Algumas pessoas adoram chegar e dizer: vc devia ter feito isto ou aquilo, não devia ter ido pro MT, devia ter tentado mestrado em Santa Maria...
Então acham que eu não penso que sim, talvez teria sido bom ter feito outras escolhas? Mas me desculpem os "interessados demais com a vida alheia", eu simplesmente não consigo me arrepender da minha vida.
Ter feito outras escolhas significa apagar pessoas e lugares que conheci, momentos que vivi, da minha história. Não tenho nem coragem de pensar em não ter tido a oportunidade de ter a companhia de alguns matogrossenses "gente boa", alguns nordestinos idem, não ter conhecido o rio das mortes, a tal da muriçoca, Goiânia, Cuzcuz nordestino - feito por uma nordestina - , beber a cerveja Cristal e muitas outras coisas que fazem parte de mim.
Talvez eu estivesse mais segura financeiramente, mas experiência não se compra em qualquer esquina. Arrependimento não leva a nada, poxa, as pessoas deviam saber disso, principalmente as que têm o dobro da minha idade.
A tua história, é só tua. São tuas lembranças, tuas histórias pra contar. Momentos que influenciaram vc a ser vc!
Então não deixe que ninguém menospreze o que vc viveu, é o mesmo que diminuir o que vc é.
Caminhos sempre são de ida e volta. Ninguém precisa morrer atado a um caminho só na vida, quando se tem tantos e tantos pra andar...
Assinar:
Postagens (Atom)