quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Dar já era...Agora o negócio é vender!

Era realmente o que faltava. Aliás, com a liberdade do mundo de hoje é até surpreendente que ninguém tenha pensado nisso antes. Há poucos dias uma jovem americana, bonita, 22 anos, declarou e claro, virou manchete: “quero vender minha virgindade”. Sinceramente a primeira vista não se sabe muito nem o que dizer, né...Afinal, aquilo que no tempo da sua mãe arrancava risinhos escondidos, olhares curiosos, pensamentos (e só eles) sonhadores e bochechas ruborizadas acaba de ser comercializado.

A moça, diz que precisa pagar os estudos, não sei se na tentativa de fazer o ato parecer um pouquinho nobre, ou se para simplesmente justificar sua completa falta de discrição com sua vida íntima.

E a idéia, como deu ibope, obviamente já está sendo seguida mundo a fora. Na Itália, uma ex-Big Brither precisa comprar um apartamento, coitada. Mas, seus problemas acabaram: colocou a sua pureza a venda pela bagatela de alguns bons milhões. A mãe da moça diz que ela é muito religiosa, reza todas as noites. Dá para entender? A moça conversa com Deus e decide capitalizar algo que segundo a Bíblia só depois do casamento e de graça...

Parando pra pensar não sei se é uma bela jogada de marketing ou se uma atitude sem noção. Quem será que vai pagar milhões pelo que pode conseguir aos montes por aí sem pagar nada? Um Brad Pitt da vida é que não vai precisar pagar, então, diante disso, será que elas pensaram que podem ter que perder sua virgindade com um velho barrigudo? Nada contra os velhos barrigudos, mas geralmente na época de perder a virgindade eles ainda não estão nem velhos, nem barrigudos, basta ver as fotos de seus pais...

Mas tirando esse lado ainda tem aquela coisa...que mundo doido esse...essas gurias não sonham em perder a virgindade com alguém bacana? Não falo que precisa ser o grande amor da sua vida, mas no mínimo alguém que você tenha uma certa afinidade, uma pitada de desejo e algum assunto para conversar depois.

A virgenzinha italiana diz que se for bom vai aproveitar, que se for ruim vai beber uma taça de vinho e esquecer...Será que é algo tão insignificante assim? Digo para o mundo todo que minha virgindade tem valor em cash e não em sentimento, digo que quem pagar por mim leva, e que uma taça de vinho é o bastante para esquecer caso eu não goste da coisa...

Só fica uma pergunta: são essas as mulheres que querem ser respeitadas mundo afora? A mocinha que quer pagar os estudos talvez tenha um professor em seu ouvido dizendo que lhe dá um dez caso vá para a cama com ele. Ou talvez um emprego custe uma rapidinha com o chefe no futuro. Qualquer um vai achar que pagando bem...

Sinceramente não queria julgar...cada um tem sua vida e faz dela o que achar mais correto. Mas vender a virgindade, francamente, não passa de prostituição velada por um ar de fetiche e glamour...

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Entre All Stars e Scarpins

Mudar...

Mudar de casa, mudar de vida, mudar de cabelo, mudar de beijo, mudar de objetivo...

Mudar de emprego, mudar de escola, mudar de cor, mudar de calça, mudar de jeito...

Mudar de foto, mudar o perfil do orkut, mudar o horário, mudar o medo...

Mudar o sofá de lugar, mudar de amigo, mudar de vontade, mudar de namorado...

Mudar de shampoo, mudar de futuro, mudar de carro, mudar de cama, mudar de estado...

Já pensou como ficou fácil mudar hoje em dia?Tão fácil que nunca foi tão difícil...

A mudança se tornou superficial: como decidir por uma calça justa ou larga se as duas podem estar na moda ou cair dela a qualquer momento?
Como decidir se vale a pena amar alguém se há tantos tão disponíveis para serem amados?
Como decidir se uma casa é melhor que outra? Se der errado, basta se mudar...

Se o amor não deu certo...basta mudar...

Se a vida não deu certo...MUDE!

Mas, ah...como há medo de mudar...
Há tempos atrás nos contentávamos com vestidos pelo joelho, o marido previsível e o lar como emprego...

Hoje somo livres para mudarmos o mundo (ao menos o nosso) se quisermos..

Mas e quem diz que temos coragem?
Quem diz que suportamos a incerteza de namoros que se não agradarem basta “partir pra outra”?
Quem diz que suportamos o emprego que nos cobra eficiência, no dia em que o filho está doente em casa?
Quem diz que suportamos a idéia de vestir o que quisermos quando nem a roupa mais cara nos faz sentir bem...

Nunca fomos tão inseguras, em nossa inabalável segurança...

Vivemos entre a cruz e a espada: queremos trabalhar fora e ser reconhecidas por isso, mas também queremos comer um bolo quentinho, feito por nós mesmas, com nosso filho, às 3 horas da tarde de uma segunda-feira...
Queremos abalar o sexo oposto, mas no fundo sonhamos com um cara legal que nos dê uma família...
Queremos suar pelo nosso dinheiro, mas pulamos de alegria por dentro quando não precisamos pagar o aluguel ou o supermercado...
Amamos a liberdade de usar uma minissaia, mas nos magoamos intimamente quando o marido não expressa um pingo de ciúmes...
Temos 20 e poucos anos e não sabemos se seremos mais felizes como workaholics ou mães de família...E definitivamente ser as duas coisas é comprovadamente um pensamento falido, pq se estamos no trabalho nos sentimos amarguradas pq queríamos mais tempo para estar com a família, se estamos em casa nos sentimos inseguras pq queríamos nos dedicar mais ao nosso sucesso profissional...Não há como ser 100% perfeita nas duas coisas...algum lado sempre vai ficar de lado...

Não sabemos se queremos mudar da balada para o churrasquinho em família, do tênis para o salto alto, da casa dos pais para o apartamento próprio...
Nos espantamos quando uma criança nos chama de tia, afinal saímos ontem da faculdade...Não aceitamos que os lugares que sempre freqüentamos estejam lotados de adolescentes de 16, 17 anos, afinal você tem 25, mas você jura para você mesma que não mudou muito desde os 17...

Tanta opção de mudança, tanta incerteza não pode nos fazer bem...só deve nos confundir mesmo...
Entre o All Star e o Scarpin, seguimos desejando mudar, mudar, incessantemente mudar, porque nossa liberdade é tão grande que não conseguimos decidir o que é melhor para nossas vidas...Não conseguimos nem ao menos decidir quem somos, quem queremos ser...

É...lutamos, lutamos...pela liberdade, pela igualdade, pela soberania feminina...
Será que no meio da luta pensamos que nosso coração é igualzinho desde que o mundo é mundo?

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Santa segunda-feira...

Esse final de semana amanheci doente: dor de barriga, fraqueza...acho que era o calor. Mas o negócio foi meio sério, tanto que tive que faltar a boa e velha segunda-feira de trabalho. Claro que não muito agradável estar com dor de barriga, mas como sou do tipo otimista (que sempre encherga o lado bom das coisas, mesmo indo no banheiro a cada meia hora) consegui achar bom ficar de cama. Afinal, tenho que dizer...como é bom ficar em casa sem fazer nada em plena segunda-feira!Não adianta, nem mil domingos valem por uma segunda-feira de folga...e a terça, não adianta, não consegue ficar com cara de segunda...Acho que é porque ao invés de pensar na segunda "droga, amanhã tem que trabalhar" tu já pensa "oba, a semana jah vai começar na terça!!! \o/ e consequentemente terminar mais rápido. É assim com as semanas de feriado também...Vai dizer que semana com feriado não passa voando?
Pois é, aí passei eu uma bela segunda-feira de folga...credo não botei o pé nem na sacada...melhor só se estivesse chovendo, para dar aquele climinha de aconchego...
E aí eu me pergunto, porque será que a gente gosta tanto de folga? Mesmo adorando o meu emprego, não vejo a hora de chegar o fim de semana...é sempre assim e é assim com quase todo mundo...Porque nenhum dia apaixonante de trabalho é mais agradável que um apaixonante dia de folga?
E é engraçado porque quando estamos trabalhando menos detestamos tanta folga...não sabemos o que fazer com tanto tempo livre. Hoje trabalhamos várias horas por dia e pensamos em todas as mil coisas que poderíamos fazer se tivéssemos um pouquinho mais de tempo: ir na academia, ler mais bons livros, fazer um bolo que adoramos, assistir o último capítulo da novela. Agora quando podemos fazer tudo isso: pronto, não fazemos nada...
Não lemos, não fazemos coisas das quais gostamos, não cuidamos de nosso corpo ou de nossa mente. E ai vem a pior das situações, a sensação de que você não tá fazendo nada de útil das tuas tão almejadas horas livres. É isso que muitas vezes acontece com pessoas que se aposentam e acabam se deprimindo por ...serem livres para fazerem o que querem na hora em em que sentirem vontade!!!! ou seja, enfim realizam o sonho de todo mortal e não, não conseguem ficar felizes...
O ser humano, bichinho complicado...O problema acho que não é o trabalho, não são as horas livres, somos nós. Quando trabalhamos ao menos ocupamos nossa mente e o final de semana vira serve para carregar a bateria. Agora quando temos todo o tempo do mundo, somos nós com nós mesmos...E aí, conviver 24 horas, 365 dias por ano, apenas conosco, sem um trabalho que nos esconda de nós mesmos é outra história...